Tiago Mayan Gonçalves, uma figura proeminente do partido Iniciativa Liberal (IL), anunciou a sua demissão da presidência da União de Freguesias de Aldoar, Foz do Douro e Nevogilde, no Porto, após admitir a autoria de um documento falsificado.
Uma revelação inesperada, registada numa ata da última reunião da junta de freguesia, poderá alterar o rumo da corrida à liderança da Iniciativa Liberal (IL). A descoberta, que veio a público esta semana, foi inicialmente avançada pelo Jornal de Notícias (JN) e mais tarde confirmada pelo Observador, colocando em destaque uma informação que levou o candidato em questão a ponderar seriamente a continuidade da sua candidatura.
Fontes próximas da Iniciativa Liberal indicaram ao jornal ORegiões que esta decisão está a ser cuidadosamente analisada, estando o candidato a rever a sua posição face aos novos factos agora conhecidos. Ainda que detalhes específicos da ata não tenham sido divulgados publicamente, a natureza da revelação trouxe à tona questões que parecem ter um impacto direto na credibilidade e na postura política do candidato.
A Iniciativa Liberal, partido que se encontra num momento crucial de renovação e crescimento, deverá agora assistir de perto às decisões do candidato, cujos próximos passos serão seguidos atentamente pela opinião pública e pelos militantes da IL. A situação coloca a candidatura numa posição de incerteza e poderá motivar a entrada de novos candidatos ou o reforço de alianças entre os concorrentes já confirmados.
As reações dos membros da Iniciativa Liberal têm sido cautelosas, com várias figuras do partido a recusar comentários públicos até que a posição oficial do candidato seja formalmente comunicada.
O episódio foi despoletado pela investigação do júri do Fundo do Apoio Associativo, que identificou irregularidades num documento com assinaturas que, segundo a ata, foram “apostas por outra pessoa”. Ao ser confrontado, Mayan assumiu a responsabilidade integral pela elaboração do documento e pelas assinaturas, ilibando todos os restantes membros do seu executivo e colaboradores.
Em carta dirigida aos subscritores do movimento Unidos pelo Liberalismo, que o apoia, Mayan justificou a sua decisão, referindo que “não estão reunidas as condições pessoais” para continuar no cargo. Afirmou ainda que esta decisão, embora ponderada, visa garantir a “integridade e seriedade” do movimento e que, neste contexto, seria “o momento de repensar a liderança”.
Apesar da saída da presidência da junta, Mayan Gonçalves garantiu que continuará envolvido no movimento como subscritor e expressou otimismo em relação ao futuro do projeto. “Este não é o fim, mas sim o início de um novo ciclo para o movimento Unidos pelo Liberalismo, com a mesma esperança e determinação que nos trouxe até aqui,” escreveu o político.
Tiago Mayan Gonçalves, que chegou a ser candidato à Presidência da República com o apoio da Iniciativa Liberal em 2021, tem liderado a oposição interna ao atual dirigente da IL, Rui Rocha. Ao anunciar a sua candidatura à liderança do partido, comprometeu-se a revitalizar a IL, apelando a um partido mais “aberto, ativo e ambicioso”, capaz de influenciar políticas e transformar Portugal. Contudo, a atual controvérsia coloca em questão a continuidade desta ambição.