O Governo português anunciou um reforço de 137 milhões de euros no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), elevando o investimento total para 227 milhões de euros. Este montante permitirá a aquisição de mais 390 autocarros de emissões nulas, totalizando 861 veículos até 2026, e a expansão da rede de infraestruturas de carregamento e abastecimento em todo o país, incluindo as regiões da Beira Baixa e Alto Alentejo.
Na Beira Baixa, está em desenvolvimento um modelo de mobilidade inovador que visa
aumentar o uso de transporte público em áreas onde atualmente predomina o transporte
individual. Este modelo inclui a integração de tarifários, planeadores de viagens e aplicações móveis para facilitar o acesso ao transporte público.
No Alto Alentejo, a Comunidade Intermunicipal (CIMAA) lançou o Sistema de Mobilidade do
Alto Alentejo (SMAA), um novo serviço de transportes rodoviários público operado pela
Transportes do Alto Alentejo (TAA). Este sistema abrange 14 dos 15 municípios da região, com exceção de Portalegre, que mantém o seu próprio sistema de transportes.
Além disso, a CIMAA está a implementar medidas para reduzir as desigualdades sociais
através de reduções tarifárias, como o Passe Social com assinatura mensal de 30 euros,
passes gratuitos para pessoas com grau de incapacidade igual ou superior a 60% e para
antigos combatentes com deslocações acima dos 32 km.
Estão também em curso projetos para melhorar a infraestrutura ferroviária na região, incluindo a aproximação da estação de Portalegre à cidade, a eletrificação da linha do Leste e a melhoria dos níveis de serviço. Estas iniciativas visam aumentar a competitividade do transporte ferroviário relativamente ao transporte rodoviário individual.
Adicionalmente, municípios do distrito de Portalegre estão envolvidos num projeto para
aproveitar excedentes da produção de energia fotovoltaica para gerar hidrogénio verde, a
utilizar em transportes públicos. Este projeto, denominado SharedH2–Sudoe, é cofinanciado pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER) e está previsto ficar concluído no final de 2026.
Estas iniciativas refletem um compromisso com a melhoria da mobilidade e a sustentabilidade ambiental nas regiões da Beira Baixa e Alto Alentejo, promovendo o acesso equitativo ao transporte público e contribuindo para a descarbonização do setor.