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Tribunal Britânico Rejeita Recurso de Isabel dos Santos Contra Congelamento de Bens Avaliado em 580 Milhões de Libras

A justiça britânica recusou, esta segunda-feira, o recurso interposto pela empresária angolana Isabel dos Santos contra o congelamento global dos seus bens, no valor de 580 milhões de libras. A decisão, tomada por unanimidade por um coletivo de três juízes do Tribunal de Recurso, favorece a Unitel, a maior operadora de telecomunicações móveis de Angola, agora sob controlo do Estado angolano, que tinha requerido esta medida judicial.

Em causa estão empréstimos de 323 milhões de euros e 43 milhões de dólares, concedidos pela Unitel à Unitel International Holdings B.V. (UIH), uma holding detida por Isabel dos Santos, entre 2012 e 2013. A ação judicial foi desencadeada após a interrupção dos pagamentos de reembolso dos empréstimos, ocorrida alguns meses antes. Desde 2020, a Unitel procurava recuperar os montantes em dívida, tendo implicado diretamente o nome da empresária.

A ordem de congelamento de bens foi decretada em dezembro de 2023 pelo juiz Robert Bright, que impôs o arresto de ativos de Isabel dos Santos até ao valor de 580 milhões de libras, para cobrir não apenas o valor em dívida, mas também os juros e indemnizações por danos. Além disso, a decisão judicial condenou Isabel dos Santos ao pagamento de custas judiciais. Esta decisão insere-se num quadro mais vasto de ações judiciais contra a empresária, cujos bens estão já congelados em diversas jurisdições, nomeadamente a pedido do Estado angolano, da PT Ventures SGPS S.A. e da Unitel.

A Unitel tornou-se propriedade integral do Estado angolano após a nacionalização, em 2022, das participações anteriormente detidas pela Vidatel (25%) e pela Geni (25%), que pertenciam a Isabel dos Santos e ao general Leopoldino Fragoso do Nascimento, conhecido como “Dino”. Entre os bens congelados identificados pelo Tribunal Comercial de Londres constam propriedades no Reino Unido, no Mónaco e no Dubai, além de várias contas bancárias em múltiplos países e ações na ZOPT, uma holding que controla a operadora de telecomunicações NOS, em Portugal.

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Isabel dos Santos, que reside fora de Angola há vários anos, enfrenta um total de 12 acusações criminais no âmbito da sua gestão na Sonangol, a petrolífera estatal angolana, entre 2016 e 2017. As investigações às suas atividades financeiras ganharam destaque internacional com a divulgação, em 2020, do escândalo “Luanda Leaks”, uma investigação do Consórcio Internacional de Jornalismo de Investigação que revelou um vasto esquema de alegada corrupção, envolvendo a retirada de fundos públicos angolanos através de paraísos fiscais.

Este novo revés judicial constitui mais um capítulo na queda da mulher que, outrora, foi considerada a mais rica de África e cujos negócios e atividades continuam a ser escrutinados pela justiça de várias nações.

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