As regiões turísticas do Alentejo e Ribatejo e do Algarve uniram esforços para lançar um projeto ambicioso de valorização do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina, numa iniciativa que abrange os concelhos de Odemira (Beja), Aljezur e Monchique (Faro). O programa, denominado “Programa de comunicação e gestão de ‘branding’ do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina”, tem como principal objetivo atrair um leque mais diversificado de turistas e promover uma gestão mais eficaz do território.
José Manuel Santos, presidente da Entidade Regional de Turismo (ERT) do Alentejo e Ribatejo, em declarações à Lusa, sublinhou que este projeto visa «diversificar os públicos turísticos que procuram este território e trabalhar a comunicação». A iniciativa, que decorrerá entre 2025 e 2026, conta com um investimento de aproximadamente 878 mil euros, com um financiamento de 90 por cento assegurado pelo Turismo de Portugal.
Estratégias de Valorização e Sustentabilidade
O projeto não se limita à promoção; integra também uma componente crucial de «gestão do produto» e outra focada na «sustentabilidade social», conforme explicou José Manuel Santos. O objetivo primordial não é criar uma nova marca turística, mas sim «olhar para um território onde o turismo é muito importante e onde há produtos turísticos estruturados, mas que têm de ser geridos, apoiados e comunicados».
A meta passa por impulsionar a comercialização de produtos turísticos existentes, tornando-os mais acessíveis tanto aos operadores turísticos como ao consumidor final. «Há um conjunto de produtos que queremos que sejam comercializados e cheguem aos catálogos dos operadores, mas que cheguem também diretamente ao consumidor final», frisou o presidente da ERT.
Foco nos Mercados Português e Espanhol
Sob o lema inspirador «Ao natural é melhor», a iniciativa delineou um plano de ações robusto, com destaque para campanhas de marketing dirigidas aos mercados português e espanhol. José Manuel Santos especificou que as ações se concentrarão
«nomeadamente no País Basco, Galiza e Andaluzia, com o objetivo claro de aumentar os fluxos turísticos e distribuí-los melhor ao longo do ano».
Uma das vertentes essenciais do projeto é a manutenção e melhoria da Rota Vicentina, um percurso pedestre de grande sucesso na região, com mais de quatrocentos quilómetros. «O projeto está em ‘velocidade de cruzeiro’ e agora é executá-lo até 2026, esperando que seja uma boa oportunidade para reforçar ainda mais a notoriedade de um território que é muito importante para o Turismo do Alentejo», afirmou José Manuel Santos. O responsável destacou ainda a relevância da região, referindo que «falamos da zona do Alentejo – a seguir a Évora e a Grândola – que tem mais turistas».
Parceria Estratégica e Envolvimento Local
O desenvolvimento do projeto conta com a colaboração ativa dos municípios de Odemira, Aljezur e Monchique, numa parceria que sublinha a importância do envolvimento das autarquias locais na valorização do património natural e cultural da região. Esta cooperação estratégica visa garantir que o crescimento do turismo seja sustentável e beneficie as comunidades locais.
A expectativa é que esta iniciativa impulsione o turismo no Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina, não só aumentando o número de visitantes, mas também promovendo uma distribuição mais equilibrada dos fluxos turísticos ao longo do ano. A aposta na valorização dos recursos naturais e na sustentabilidade social poderá consolidar a região como um destino de referência para quem procura experiências autênticas em contacto com a natureza.