O Governo ucraniano negou categoricamente que o novo acordo em preparação com os Estados Unidos sobre recursos minerais preveja a conversão do apoio norte-americano em dívida soberana da Ucrânia.
O vice-ministro da Economia, Taras Kachka, afirmou esta sexta-feira que “não há qualquer conversa sobre qualquer nova dívida ou sobre a conversão de ajuda anterior em dívida”, sublinhando que “não existe uma lógica de dívida nas propostas dos EUA ou da Ucrânia”. As declarações foram prestadas durante uma entrevista à televisão ucraniana, amplamente divulgada pela agência de notícias Ukrinform.
O acordo em questão encontra-se em fase final de elaboração e deverá ser concluído até 26 de abril. A iniciativa está a ser discutida por representantes da administração Trump, em Washington, e pelo executivo liderado por Volodymyr Zelensky, em Kiev.
Segundo Kachka, o documento “não se refere a obrigações financeiras, mas sim a ganhos partilhados através de investimentos”. O responsável salientou ainda que “o apoio prestado pelos Estados Unidos à Ucrânia na luta contra a agressão russa deve ser encarado como uma cooperação mutuamente benéfica, e não como uma dívida”.
Na base deste entendimento está a criação de um fundo de investimento para a reconstrução da Ucrânia. O memorando assinado recentemente entre Kiev e Washington estabelece a intenção comum de impulsionar esta aliança económica. “Este fundo, como instrumento financeiro, terá o direito privilegiado de investir numa vasta gama de instalações na Ucrânia, assim que surgirem oportunidades”, referiu o vice-ministro.
Entre as prioridades do fundo, destaca-se o setor dos minerais, considerado estratégico tanto para os EUA como para a Ucrânia. No entanto, Kachka revelou que o plano inclui igualmente projetos de infraestruturas como estradas, portos e energia. “O nosso objetivo é atrair capital americano para reconstruir e modernizar o país”, afirmou o governante, que acumula as funções de representante comercial da Ucrânia.
Uma delegação ucraniana parte para Washington na próxima quinta-feira, com o objetivo de concluir as discussões técnicas sobre o acordo. As equipas de negociação deverão apresentar os progressos alcançados até 26 de abril, com o intuito de assinar o documento o mais brevemente possível.
Este memorando reforça a aposta conjunta de Kiev e Washington numa aliança económica sólida, com base na reconstrução da Ucrânia e na exploração racional e partilhada dos seus recursos naturais.