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Um novo ano letivo, velhos problemas

No distrito de Castelo Branco as escolas abriram as portas, contudo, irão lidar com os problemas de anos anteriores:

• Falta de professores

Este problema marca a abertura do ano letivo.

Não é novo, mas o seu agravamento está a ser disfarçado, por um lado, com uma ainda maior sobrecarga horária dos docentes colocados nas escolas, a quem são atribuídas mais horas extraordinárias e, por outro, com a possibilidade das escolas poderem lançar as chamadas ofertas para contratação de escola cerca de um mês antes do habitual.

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Alguns destes contratados diretamente pelas escolas detêm apenas habilitação própria e, não raras vezes, sem qualquer tipo de experiência ou formação para o exercício da docência.

As medidas do governo para mitigar o problema são limitadas, muito dependentes de haver quem esteja disponível, sendo pouco ambiciosas no que respeita à possibilidade de recuperar a maior parte dos 14 500 docentes que, nos últimos 6 anos, abandonaram a profissão.

Uma particular chamada de atenção para a falta de docentes de Português Língua Não Materna. Num momento em que o número de alunos estrangeiros atinge máximos – chega-se a atingir os 30% de alunos imigrantes – não há investimento na formação destes docentes.

• Falta de trabalhadores e profissionais não docentes

Como se sabia, a transferência para os municípios não foi a solução para resolver o problema da falta de assistentes operacionais, mas, acima de tudo, é a desresponsabilização do poder central por uma competência que deveria ser sua.

Na grande maioria das escolas, os assistentes operacionais continuam a ser insuficientes e sem qualificação.

No processo de municipalização, como era de esperar, já se notam assimetrias, fruto da desigual capacidade e/ou vontade dos municípios para dar a resposta adequada.

As escolas queixam-se, ainda, da falta de psicólogos e terapeutas. Em relação a terapias, há casos em que os alunos que delas necessitam não têm tido mais do que 30 minutos semanais.

• Desmaterialização e digitalização

A grande novidade do governo anterior teve, neste distrito, só duas escolas a aderir à utilização de manuais digitais, a principal razão prende-se com a rede de Internet que não garante a sua correta utilização.

• Requalificação do edificado

O parque escolar encontra-se bastante degradado e a precisar de intervenção havendo projetos aprovados, mas tardando as obras.
Esta necessidade é mais evidente, ainda, nos Jardins de Infância e no 1º Ciclo do Ensino Básico. A acrescentar a este facto, constata-se a necessidade de se ajustar a localização dos centros escolares às necessidades das famílias e à expansão das cidades. Muitas crianças ainda tomam as refeições na sala de atividades, apesar da intervenção da autoridade de saúde.

Para falar desta e de outras questões, nomeadamente sobre a recuperação do tempo de serviço, dia 25 de setembro, na Escola Secundária Amato Lusitano, a partir das 9 horas, realizar-se-á o plenário distrital de Castelo Branco, integrado na quinzena de plenários organizados pela FENPROF e que culminarão numa grande iniciativa a realizar em Lisboa, a 5 de outubro, Dia Mundial do Professor.

Tal como a FENPROF expressou na faixa colocada na Escola Secundária Alves Martins, em Viseu, na abertura solene do ano letivo:

NÃO BASTAM CARTAS, LOUVORES E CERIMÓNIAS SOLENES!
SÃO NECESSÁRIAS MEDIDAS QUE RESOLVAM OS PROBLEMAS
COM PROCESSOS NEGOCIAIS SÉRIOS E EFETIVOS!

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