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Ursula von der Leyen reeleita presidente da Comissão Europeia

Ursula von der Leyen reeleita presidente da Comissão Europeia. A alemã contou com o apoio de 401 dos 720 eurodeputados, o que significa que conseguiu mais 40 votos do que necessitava para ser eleita (361). Na eleição anterior, em 2019, a vitória foi bastante mais curta, tendo então sido eleita por uma diferença de nove votos.

Ursula von der Leyen foi reeleita presidente da Comissão Europeia para um mandato de mais cinco anos. Numa votação que decorreu esta quinta-feira no Parlamento Europeu, em Estrasburgo, a alemã contou com o apoio de 401 dos 720 eurodeputados. Isto significa que Von der Leyen conseguiu mais 40 votos do que necessitava para ser eleita (361).

Na eleição anterior, em 2019, a margem foi bastante mais curta, tendo sido eleita por uma diferença de nove votos num Parlamento então ainda formado por 705 eurodeputados. Numa votação secreta e em papel, houve 284 votos contra, 15 abstenções e sete votos foram considerados nulos.

À partida, além do Partido Popular Europeu (PPE, de centro-direita), a que pertence, Von der Leyen contaria com o apoio dos Socialistas e Democratas (S&D, centro-esquerda) e do grupo liberal Renovar a Europa. No entanto, nos últimos tempos, alguns deputados destes três grupos pró-europeus foram sinalizando que poderiam votar contra a sua reeleição. Assim, Von der Leyen procurou o apoio de outros grupos, incluindo os Verdes, que há cinco anos votaram contra.

Horas antes, num discurso proferido no Parlamento Europeu, em Estrasburgo, Von der Leyen atacou Viktor Orbán – sem citar o nome do primeiro-ministro da Hungria – pela recente deslocação a Moscovo logo após o arranque da presidência rotativa do país do Conselho da UE. “A Rússia está a contar que a Europa e o Ocidente se tornem moles” e o problema é que “alguns na Europa estão a alinhar”, afirmou.

Com a reeleição em vista, mostrou-se “convencida de que a versão da Europa desde o fim da II Guerra Mundial, com todas as suas imperfeições e desigualdades, continua a ser a melhor versão da História”. Acrescentou estar “na altura de criar uma genuína União Europeia de defesa” e prometeu não hostilizar empresas e agricultores, com o reforço do Pacto Ecológico, e resolver a crise da habitação, com a nomeação de um comissário para esta área. Também falou em reformar os tratados e numa “parceria mais estreita entre a Comissão e o Parlamento”.

O Parlamento é composto por 720 eurodeputados desde as eleições de junho (um incremento de 15 face à anterior legislatura).

Reações à reeleição

De políticos portugueses a ex-membros da UE, como o Reino Unido, as reações à reeleição não tardaram a chegar.

António Costa, recentemente eleito para presidente do Conselho Europeu, felicitou a colega, escrevendo na rede social X (antigo Twitter): “Muitos parabéns a Von der Leyen pela sua reeleição,

com base numa maioria muito abrangente. Esta é uma boa notícia para a Europa e para os europeus. Será um gosto trabalharmos em equipa pela Europa”, refere o antigo primeiro-ministro de Portugal.

Também a presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, reconduzida ao cargo na terça-feira, parabenizou Ursula von der Leyen.

Também a recentemente eleita chefe da diplomacia da UE, Kaja Kallas, felicitou Ursula von der Leyen. “Estou muito feliz pela reeleição, Ursula von der Leyen. Apesar de todas as crises, a tua excelente liderança aproximou-nos e fortaleceu a Europa. És a pessoa certa para o cargo”, escreveu na rede social X (antigo Twitter).

A presidente dos liberais no Parlamento Europeu felicitou Ursula Von der Leyen pela reeleição enquanto presidente do executivo comunitário, mas alertou que vai “monitorizar de perto” o cumprimento das promessas feitas. “Parabéns a Ursula Von der Leyen que acabou de ser reeleita presidente da Comissão Europeia. O roteiro do Renovar a Europa vai estar no coração do próximo programa de trabalho do executivo europeu. Os nosso valores também. Vamos monitorizar [o trabalho da Comissão] de perto”, escreveu Valérie Hayer.

A Esquerda no Parlamento Europeu (PE) considerou hoje que o mandato de Ursula Von der Leyen enquanto presidente da Comissão Europeia “foi catastrófico” e que a sua reeleição só vai contribuir para o crescimento da extrema-direita.

A presidente dos Socialistas & Democratas alertou que o voto favorável à reeleição de Ursula Von der Leyen para a Comissão Europeia “não é um cheque em branco”, exigindo um “cunho social” nos próximos cinco anos.

“S&D decidiu votar favoravelmente a indicação de Ursula Von der Leyen para a próxima Comissão Europeu [enquanto presidente]. O nosso voto não é um cheque em branco”, escreveu Iratxe García, pouco depois da votação.

A delegação ao Parlamento Europeu dos Irmãos de Itália, partido da primeira-ministra italiana Giorgia Meloni, votou hoje em bloco contra a reeleição de Ursula Von der Leyen, reconduzida na presidência da Comissão Europeia com uma margem confortável.

Os Verdes felicitaram Von der Leyen, pela recondução no cargo, esperando que a líder comunitária cumpra as promessas ambientais assumidas, nomeadamente no Pacto Ecológico.

O líder do grupo de centro-direita PPE no Parlamento Europeu, Manfred Weber, considerou que a recondução da sua correligionária Ursula Von der Leyen para um novo mandato à frente da Comissão Europeia reforça a Europa democrática.

Já a bloquista Catarina Martins, recentemente eleita eurodeputada, criticou esta reeleição. “Uma estranha aliança de Direita, Conservadores, Liberais, Socialistas e Verdes acaba de reconduzir a Presidente da Comissão que continua a apoiar o genocídio em Gaza e acaba de ser condenada por ocultar informação sobre contratos com farmacêuticas”, começou por escrever.

A antiga líder do Bloco de Esquerda aponta ainda que von de Leyen “promete desviar milhões para a indústria militar em vez de construir caminhos para a paz. Promete restringir as políticas públicas

com as novas regras de governação económica em vez de investir na habitação e serviços públicos”. “Obviamente, não teve o meu voto”, apontou.

E ‘fora’ de Bruxelas?

O presidente ucraniano desejou sucesso no “reforço da unidade” da União Europeia, que tem a guerra da Rússia contra a Ucrânia à sua porta.

“Desejo à presidente von der Leyen sucesso na obtenção de resultados para todos os europeus e no reforço da unidade, defesa e poder económico da UE”, afirmou Volodymyr Zelensky na rede social X.

O secretário-geral cessante da NATO, Jens Stoltenberg, congratulou Von der Leyen pela reeleição enquanto presidente da Comissão Europeia, considerando que a “parceria estratégica” com a União vai “fortalecer a segurança” além da Europa.

Já o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, recorreu também às redes sociais para felicitar Von der Leyen, dizendo-se “ansioso para trabalhar estreitamente” com Bruxelas, depois do ‘Brexit’.

O primeiro-ministro de Espanha, o socialista Pedro Sánchez, felicitou também Ursula Von der Leyen e prometeu continuar a ser um “parceiro leal e construtivo” da chefe do executivo comunitário.

O chanceler alemão, Olaf Scholz, descreveu hoje a reeleição da compatriota Ursula Von der Leyen para presidente da Comissão Europeia como uma demonstração da capacidade de ação da União Europeia (UE) em “tempos difíceis”.

Já Emmanuel Macron, escreveu: “Por uma Europa mais soberana, mais próspera e competitiva, mais democrática, parabéns cara Ursula von der Leyen”.

Também o Governo português já reagiu à reeleição. “Estou absolutamente seguro que, depois de cinco anos de experiência, Ursula von der Leyen compreendeu bem que a aposta na relação com África é estratégica para a Europa. Sem essa aposta, nenhum dos dois continentes está bem, os dois estarão mal”, disse o ministério dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel em declarações à imprensa portuguesa em São Tomé.

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