O presidente do Comité das Regiões Europeu, Vasco Cordeiro, afirmou na segunda-feira, durante uma audição no Parlamento Europeu, que a política de coesão da União Europeia (UE) é fundamental para a competitividade do bloco, rejeitando a ideia de que esta possa ser vista como uma “política de caridade”. Cordeiro sublinhou que a política de coesão deve ser encarada como um mecanismo de fortalecimento das regiões, e não apenas como uma resposta para zonas com menor desenvolvimento.
Segundo o responsável, a coesão é essencial para todas as regiões da UE, independentemente do seu nível de desenvolvimento, e deve ser adaptada às especificidades de cada uma. “Não é uma política de caridade, mas sim uma que reforça a capacidade das regiões de enfrentarem desafios”, destacou, acrescentando que é crucial garantir uma aplicação eficaz dos fundos de coesão em toda a União.
Durante a sua intervenção, Cordeiro fez referência ao relatório Draghi, publicado no mesmo dia, que também sublinhava a importância da política de coesão para o crescimento sustentável da UE. O documento, segundo o presidente do Comité das Regiões Europeu, reforça a necessidade de renovar e fortalecer esta política para assegurar a competitividade e vitalidade do bloco comunitário.
Elisa Ferreira, comissária europeia para a Coesão, também presente na audição, alertou para a necessidade de manter o foco nos objetivos essenciais da política de coesão, especialmente no contexto do próximo quadro financeiro plurianual pós-2027. Ferreira reiterou que a coesão deve continuar a equilibrar os níveis de desenvolvimento das regiões europeias, contribuindo para uma UE mais competitiva e coesa.
A mensagem de ambos os responsáveis é clara: a política de coesão não pode ser reduzida a uma ajuda pontual para regiões mais frágeis, mas deve ser vista como uma estratégia de longo prazo que beneficia todo o continente, reforçando a sua capacidade de competir globalmente.