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Vendemos mais fruta para o estrangeiro, mas os custos de venda ao público continuam a aumentar

As exportações portuguesas de frutas, legumes e flores cresceram 13,4% no primeiro semestre face ao mesmo período de 2023, atingindo os 1.180 milhões de euros, anunciou a associação setorial. No entanto, os preços aos consumidor português continuam a subir.

Em 2016, o antigo presidente da Portugal Fresh, Manuel Évora, defendia que Portugal tem capacidade para aumentar as exportações de frutas e legumes, mas apelava a uma maior pressão para derrubar os entraves burocráticos em determinados mercados. Passados oito anos, aparentemente esses problemas estão resolvidos. De facto, a mesma associação anunciou esta terça-feira que as exportações portuguesas de frutas, legumes e flores cresceram 13,4% no primeiro semestre face ao mesmo período de 2023, atingindo os 1.180 milhões de euros.

Foto: Rádio Hertz / Manuel Évora, fundador da “Portugal Fresh”

Há oito anos, a Fruit Logistica afirmava: “precisamos de abrir mais mercados fora da Europa e esses mercados são muito mais difíceis de abrir, as negociações entre Portugal e esses países demoram anos”.

Manuel Évora, na altura presidente da associação, sublinhava que é preciso ser «cada vez mais célere e pressionante» no que diz respeito a países estratégicos como o México, a Colômbia, a China e outros países asiáticos “onde existem dificuldade em ultrapassar os processos burocráticos fitossanitários”.

Nos nossos dias, felizmente, os dados mais recentes do Instituto Nacional de Estatística (INE) confirmam a mudança do paradigma das exportações, conforme salienta a Portugal Fresh – Associação para a Promoção das Frutas, Legumes e Flores de Portugal, que destaca o reforço até junho da “trajetória de crescimento das vendas da produção nacional nos mercados externos”.

Até junho, a União Europeia absorveu 81% das vendas de frutas, legumes e flores produzidos em Portugal, sendo os principais destinos Espanha (32%), França, Países Baixos, Alemanha e Reino Unido.

Estes cinco mercados concentraram cerca de 74% do valor das vendas, recebendo os produtos portugueses num espaço de três a 36 horas em transporte refrigerado, após saírem das centrais de embalamento das empresas exportadoras.

Em volume registou-se no primeiro semestre uma subida homóloga de 4,2%, para um total de 763 milhões de quilos.

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Citado no comunicado, o presidente da Portugal Fresh salienta que “este desempenho positivo é resultado do trabalho árduo e da inovação contínua das empresas portuguesas, que têm investido em tecnologia, sustentabilidade e eficiência para elevar os padrões de qualidade dos seus produtos”.

“Neste primeiro semestre exportámos para 121 países e é preciso procurar cada vez mais clientes que estejam disponíveis para valorizar os nossos produtos”, afirma Gonçalo Santos Andrade.

Para a totalidade do ano 2024, as expectativas são de crescimento nas exportações, mas a Portugal Fresh adverte que “o setor agrícola e alimentar continua a enfrentar uma conjuntura complexa no que toca à disponibilidade de recursos hídricos”.

“O setor tem investido continuamente na melhoria das suas infraestruturas e apostado em investigação e tecnologia de forma a gerir de forma criteriosa a água que tem disponível. Mas chegámos a um ponto em que é urgente um plano estratégico nacional para a gestão dos recursos hídricos, que modernize os perímetros de rega. Defendemos a criação de uma via verde para a construção de charcas e reservatórios de água e a construção de barragens para múltiplos fins”, sustenta o presidente da associação.

O Projeto Conjunto de Internacionalização que a Portugal Fresh tem em curso prevê, até 2025, a realização de missões empresariais e ações de prospeção em quatro novos mercados, a participação em seis feiras internacionais e várias iniciativas de promoção para acelerar a presença internacional do setor.

Este projeto tem o apoio do Portugal 2030 – Programa Operacional Competitividade e Internacionalização, e prevê um investimento global de 1.561.663,52 euros, financiado em 48,8% pelo FEDER – Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional.

Criada em dezembro de 2010, a Portugal Fresh tem 112 sócios que representam cerca de 5.000 agricultores, sendo a sua missão valorizar a origem “Portugal” e as características dos produtos nacionais, para além de promover as frutas, legumes e flores nos mercados interno e externo.

Não podemos esquecer que Portugal é «um país de excelência» para as frutas, legumes e flores, tendo uma série de oportunidades para crescer numa série de produtos, mas para que isso aconteça é necessária uma redução de custos nos factores de produção.

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Alfredo Miranda
Alfredo Miranda
Jornalista desde 1978, privilegiando ao longo da sua vida o jornalismo de investigação. Tendo Colaborado em diferentes órgãos de Comunicação Social portugueses e também no jornal cabo-verdiano Voz Di Povo.

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