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Vitória europeísta na Moldova apesar das “táticas híbridas” russas: Von der Leyen felicita população

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, saudou ontem a vitória do “sim” no referendo sobre a adesão da Moldova à União Europeia (UE), elogiando a resiliência do país face às tentativas de interferência da Rússia.

“Felicito a população da Moldova e felicito-te, Maia Sandu [Presidente]. Conseguiram novamente”, declarou Von der Leyen na plataforma X, após a divulgação dos resultados do referendo, que reforça a adesão à UE como um objetivo nacional no quadro constitucional do país.

O referendo, realizado no domingo, culminou com 50,45% de votos a favor, segundo os dados preliminares da Comissão Eleitoral Central (CEC), que ainda aguarda a contagem final dos votos do estrangeiro. Este resultado é visto como um marco crucial para o futuro europeu da Moldova, uma pequena ex-república soviética com cerca de 2,5 milhões de habitantes, que se situa entre a Roménia e a Ucrânia.

A votação ocorreu num clima de fortes tensões, com alegações de fraude e interferência por parte da Rússia, um país historicamente influente na região, especialmente através da região separatista da Transnístria. Desde a guerra civil moldava de 1992, a Transnístria mantém-se sob o controlo de forças separatistas pró-Rússia, que contam com o apoio direto de Moscovo, incluindo a presença de cerca de 1.500 soldados russos no terreno.

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Apesar das “táticas híbridas” de Moscovo, referidas por von der Leyen, a Moldova tem dado passos firmes rumo à integração europeia. Desde que apresentou formalmente a sua candidatura em março de 2022, o país foi reconhecido como candidato à adesão à UE em junho do mesmo ano, e as negociações formais de adesão foram oficialmente iniciadas em dezembro de 2023.

O referendo coincidiu com a primeira volta das eleições presidenciais moldavas, onde a atual presidente, Maia Sandu, líder pró-ocidental, alcançou cerca de 42% dos votos. Sandu irá disputar a segunda volta, marcada para 3 de novembro, com o candidato pró-russo Alexander Stoianoglo, que obteve cerca de 26%.

Apesar dos desafios externos e da divisão interna, Sandu destacou que o povo moldavo “expressou a sua vontade” e optou por um futuro europeu, sinalizando uma rejeição da influência de Moscovo. A vitória no referendo é, portanto, vista como um fortalecimento da soberania do país, que tem resistido às pressões russas desde o início da guerra na Ucrânia, em fevereiro de 2022.

A região da Transnístria, cuja localização estratégica atrai interesse geopolítico, tem sido apontada como um ponto de preocupação desde o início do conflito ucraniano, com Kyiv a acusar a Rússia de usar o território para lançar ataques no oeste da Ucrânia.

Com a vitória no referendo e uma possível reeleição de Maia Sandu, a Moldova parece mais próxima de concretizar o seu caminho europeu, apesar das ameaças contínuas vindas de Moscovo.

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