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Zelensky alerta para possível ofensiva russa a partir da Bielorrússia; Rússia ameaça NATO e recebe reforços da Coreia do Norte

Presidente ucraniano lança aviso sobre movimentações militares russas em território bielorrusso. Moscovo reforça ameaças à NATO e confirma presença de soldados norte-coreanos na frente de batalha

O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, alertou para a possibilidade de a Rússia estar a preparar uma nova ofensiva militar a partir da Bielorrússia, sob o disfarce de exercícios conjuntos previstos para este verão. Em declarações feitas a 29 de abril durante uma conferência na Polónia, Zelensky afirmou que “este verão, a Rússia está a preparar algo na Bielorrússia sob o disfarce de exercícios militares”, e levantou dúvidas quanto ao potencial alvo: “Ucrânia? Lituânia? Polónia? Deus nos livre!”.

O alerta surge num contexto de crescente tensão na Europa de Leste, com as manobras militares “Zapad-2025” agendadas para setembro na Bielorrússia. Segundo o Presidente ucraniano, estas operações poderiam ser usadas como pretexto para movimentar discretamente forças russas para junto das fronteiras da NATO. Já em fevereiro, Zelensky havia advertido que Moscovo poderia estar a “preparar-se para a guerra contra países da NATO em 2026”, citando informações dos serviços de inteligência.

Kremlin reforça discurso hostil contra países da NATO

No mesmo dia das declarações de Zelensky, o vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, Dmitri Medvedev, afirmou que todos os países recentemente aderentes à NATO se tornam automaticamente alvos militares. Referindo-se diretamente à Finlândia e à Suécia, Medvedev declarou que “todo novo membro da NATO torna-se automaticamente num alvo das Forças Armadas russas, incluindo potenciais ataques de retaliação e até o componente nuclear”.

Zelensky alerta para possível ofensiva russa a partir da Bielorrússia; Rússia ameaça NATO e recebe reforços da Coreia do Norte
Foto: Euronews – Dmitri Medvedev

Medvedev justificou as declarações com base na doutrina militar russa, segundo a qual a adesão a alianças consideradas hostis coloca os Estados-membros “no campo de mira” de Moscovo. A retórica agrava preocupações ocidentais sobre uma possível expansão do conflito para território da NATO, especialmente face a declarações anteriores de que o fornecimento de mísseis de longo alcance à Ucrânia seria interpretado como envolvimento direto na guerra.

Coreia do Norte confirma envio de tropas para apoiar Moscovo

Entretanto, a Coreia do Norte confirmou pela primeira vez, no final de abril, o envio de militares para apoiar a Rússia na guerra contra a Ucrânia. Segundo as agências KCNA (Coreia do Norte) e Reuters, cerca de 14 000 soldados norte-coreanos foram deslocados para a região de Kursk, sob ordens diretas do líder Kim Jong Un. A operação enquadra-se num tratado de parceria estratégica assinado entre Moscovo e Pyongyang em 2024.

Estes números coincidem com estimativas ocidentais divulgadas no início de 2025 por serviços de inteligência dos EUA e da Ucrânia. O contingente norte-coreano estaria a reforçar as tropas russas após perdas significativas no terreno. Segundo relatos, o general Valery Gerasimov informou o presidente Vladimir Putin sobre o papel decisivo dessas forças na “expulsão” de unidades ucranianas da região de Kursk.

Condenação internacional e medidas diplomáticas

A confirmação do envolvimento militar norte-coreano gerou duras críticas da comunidade internacional. O Departamento de Estado dos EUA classificou a cooperação como uma “violação das resoluções do Conselho de Segurança da ONU”, exigindo o seu fim imediato. Por sua vez, a Coreia do Sul descreveu a ação como um “crime”, condenando o envio de jovens soldados norte-coreanos como uma prática “desumana e imoral”.

A NATO já havia alertado, em novembro de 2024, para os riscos crescentes da aproximação entre Moscovo e regimes como o da Coreia do Norte, da China e do Irão, considerando que tal cooperação “ameaça a segurança da Europa”. Estas declarações foram seguidas por sanções económicas impostas pelos EUA à Rússia e à Coreia do Norte em dezembro, bem como por uma lista de sanções pessoais divulgada por Seul contra indivíduos ligados ao recrutamento e envio de tropas.

Contexto estratégico e reações ocidentais

As preocupações expressas por Zelensky refletem um padrão já observado anteriormente. O Presidente ucraniano recordou que as manobras militares “Zapad-2021” precederam diretamente a invasão da Ucrânia em fevereiro de 2022, o que aumenta a apreensão quanto ao que poderá suceder em 2025. Em resposta, o ministro da Defesa da Polónia declarou que as forças armadas polacas estão a acompanhar de perto os preparativos para os exercícios militares na Bielorrússia e que “não hesitarão em reagir caso haja qualquer tentativa de desestabilização da região”.

Enquanto isso, Moscovo continua a promover uma visão de “guerra alargada”, na qual considera qualquer apoio militar da NATO à Ucrânia como uma ameaça direta. Analistas internacionais alertam que a conjugação de ameaças nucleares, movimentos militares em zonas sensíveis e apoio estrangeiro ativo — como o da Coreia do Norte — pode marcar uma nova fase de imprevisibilidade no conflito.

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