O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, renovou ontem um pedido urgente aos seus aliados ocidentais para que autorizem ataques ucranianos a alvos militares no interior da Rússia, com foco em bases aéreas. Este apelo surge na sequência de novos ataques russos sobre a cidade de Kharkiv, no nordeste da Ucrânia, que continua a ser alvo de bombardeamentos intensivos.
Zelensky afirmou que “apenas uma solução sistémica poderá fazer frente a este terror”, defendendo que a “solução de longo alcance para destruir os aviões militares russos onde estão baseados” é necessária para travar a ofensiva aérea de Moscovo. No seu discurso diário, o líder ucraniano destacou que espera decisões favoráveis dos principais países aliados, nomeadamente os Estados Unidos, Reino Unido, França, Alemanha e Itália.
Os pedidos de Zelensky surgem após um ataque aéreo russo que atingiu um edifício residencial em Kharkiv, causando danos significativos. A cidade, situada na linha da frente dos combates, tem sido um alvo frequente dos bombardeamentos russos, colocando em risco a vida de milhares de civis. Para além de Kharkiv, as regiões de Soumy e Donetsk também foram atingidas por bombas guiadas, segundo o Presidente ucraniano.
Na cidade de Pokrovsk, um importante centro logístico na região de Donetsk, dois bombardeamentos de artilharia mataram uma pessoa esta manhã. A cidade, que se encontra a menos de dez quilómetros da linha da frente, tem sido alvo de ataques constantes, levando à interrupção dos serviços essenciais, como o abastecimento de água e gás.
Desde meados de agosto, as autoridades ucranianas têm evacuado milhares de civis de Pokrovsk devido à crescente proximidade das tropas russas. Segundo Vadim Filachkine, chefe da administração regional de Donetsk, cerca de 26.000 pessoas, incluindo mais de mil crianças, permanecem na cidade, que tinha uma população de 50.000 antes do início da invasão russa em fevereiro de 2022.
A ofensiva russa continua a avançar nas regiões de Donetsk e Luhansk, com várias cidades estratégicas, como Bakhmout e Marioupol, já sob controlo de Moscovo. A Ucrânia, no entanto, intensifica os seus esforços para obter apoio internacional, na esperança de conter a escalada do conflito e proteger a sua população das incursões militares russas.
