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Zelensky insiste no fim da guerra em 2025 por “meios diplomáticos” e acusa Putin de manipular negociações para benefício próprio

O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, reafirmou a intenção de pôr fim à guerra no seu país em 2025 através de esforços diplomáticos. Contudo, acusou Vladimir Putin de utilizar potenciais negociações para fins estratégicos e de não ter verdadeira intenção de alcançar a paz.

“Devemos fazer tudo para que esta guerra termine no próximo ano. Devemos acabar com ela por meios diplomáticos”, declarou Zelensky durante uma entrevista alusiva ao centenário da Rádio Ucraniana. O líder ucraniano expressou dúvidas sobre a genuinidade das intenções de Putin, considerando que o Presidente russo poderá procurar apenas quebrar o isolamento político em que se encontra. “Sentar-se, conversar e não negociar é o que ele procura”, afirmou.

Condições para negociar com Moscovo

Zelensky sublinhou que qualquer negociação com Moscovo só será possível caso a Ucrânia esteja fortalecida e conte com o apoio internacional. Para ele, um diálogo direto e isolado com Putin deixaria o seu país numa posição de fraqueza, o que seria inaceitável. “Numa posição fraca, não há nada a fazer nestas negociações”, frisou.

Segundo Zelensky, um entendimento apenas seria possível se resultasse num fim justo para o conflito iniciado pela invasão russa em fevereiro de 2022. Contudo, o presidente ucraniano admitiu recear que a vitória de Donald Trump nas recentes eleições presidenciais nos Estados Unidos possa enfraquecer o apoio americano à Ucrânia, o que aumentaria a pressão para aceitar um acordo desfavorável.

Desafios na frente de combate

A situação no leste da Ucrânia foi descrita como “realmente complicada”, com avanços das tropas russas sobre forças ucranianas em menor número e menos bem armadas. Zelensky apontou atrasos na entrega de armamento prometido por aliados, referindo que algumas brigadas aguardaram até um ano para receber material militar aprovado pelo Congresso norte-americano.

Devido à exaustão dos soldados na linha da frente, algumas unidades têm sido retiradas para preservar as tropas. “Primeiro o povo, depois a terra”, justificou Zelensky.

Controvérsia sobre diálogo Scholz-Putin

Na sexta-feira, uma conversa telefónica entre o chanceler alemão, Olaf Scholz, e Vladimir Putin foi duramente criticada por Kiev. “Falar com Putin abre a caixa de Pandora”, alertou Zelensky, expressando descontentamento com a aparente disposição de líderes ocidentais para dialogar com o Kremlin.

Putin, por sua vez, voltou a insistir que qualquer acordo de paz deverá reconhecer as “novas realidades territoriais” resultantes da ocupação russa, uma condição rejeitada por Kiev, que exclui a cedência de territórios ocupados.

Enquanto a guerra persiste, Zelensky enfrenta o desafio de equilibrar a pressão militar no terreno com a necessidade de manter apoio diplomático e militar dos seus aliados.

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