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Investigador moçambicano responsabiliza multinacionais

Em Angola, o investigador da Universidade Eduardo Mondlane e líder da Conselho Islâmico Moçambicano acusa as multinacionais estrangeiras de serem supostas causadoras do conflito armado em Cabo Delgado, com fito de pilharem os recursos naturais da província.  

Angola: Investigador moçambicano responsabiliza multinacionais estrangeiras pelo “recrudescer” do terrorismo em Cabo Delgado
O Regiões

Mussa Suefe critica, ainda, os observadores que associam o terrorismo ao islão, já que quem prolifera esta acção em Moçambique ainda não tem rosto.   

“As Comunidades Muçulmanas da CPLP e os Desafios no Combate à Intolerância e o Extremismo Religioso” foi tema abordado, em Luanda, por Mussa Suefe, professor da Universidade Eduardo Mondlane e responsável do Conselho Islâmico de Moçambique.   

À margem do certame, Mussa Suefe afirmou que a morte do suposto líder do grupo terrorista em Cabo Delgado não significa o fracasso terrorismo em Moçambique, apontando as novas incursões de grupos rebeldes nalgumas regiões do país.  

“Entendo que a morte de líder terrorista Bonomade Omar, considerado o líder e cabecilha do grupo terrorista, não seja o motivo ou fracasso dos terroristas em Moçambique de forma, particular em Cabo Delgado. Há dois dias, eles atacaram um grupo de líderes religiosos numa bomba de gasolineira. Se fosse um fracasso, porque mataram Omar, então, esse ataque não ia acontecer. Moçambique tem passos largos para combater este mal”, revelou o responsável da Comunidade Islâmica de Moçambique.

Segundo o professor Mussa Suefe, o terrorismo em Moçambique é motivado por potências estrangeiras, que operam em zonas costeiras do país, particularmente, na província de Cabo Delgado.

“Quem alimenta o terrorismo de Moçambique ainda não tem rosto, mas está patente que detrás desta guerra existe uma potência que esteja por detrás disto, que é para fracassar, ou seja, a província ou seja Moçambique, para poder facilitar aquilo que são os nossos recursos naturais,”, acusou Mussa Suefe.

O académico entende, igualmente, que os grupos que praticam o terrorismo não recrutam apenas muçulmanos, mas também todo individuo que é vulnerável, como consequência de vários factores sociais e económicos ao seu redor.

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Francisco Paulo
Francisco Paulo
Jornalista desde 2009, começando a carreira jornalística no extinto semanário “O Desperte”. Passando por diferentes redações em Angola, como a Rádio Despertar, TV Palanca (PTV), Semanários Angolense, A Capital e O Crime.

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