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 Secreta angolana quer asfixiar a oposição denuncia a UNITA

UNITA denúncia que em Angola, os Serviços de Informação e Segurança do Estado (Sinse) contratou opinion makers e jornalistas, com o propósito de espalhar fake news e atacar líderes de partidos políticos na oposição e a associativos, a troco de automóveis de luxo e vivendas em condomínios de alto padrão.

Secreta angolana quer asfixiar a oposição e a sociedade civil, denuncia a UNITA
DR – Líder da UNITA – Adalberto Costa Júnior

A denúncia é de Adalberto Costa Júnior, presidente da União Nacional para Independência Total de Angola.

O líder da UNITA, maior partido na oposição em Angola, apresentou nesta terça-feira, 11, uma comunicação à Nação, revelando que tem informações da criação de um gabinete pelo serviço de inteligência angolano, que visa alimentar ódio e atacar os responsáveis da oposição e observadores independentes, com produção de notícias falsas a respeito dos visados.

“Estamos igualmente em posse de informações que dão conta que, ainda recentemente, foi criado um gabinete, operacionalizado pelos Serviços de Inteligência, que está a alimentar ainda mais o objectivo de atacar, permanentemente, a UNITA e o seu líder, bem como todos quantos sejam identificados como adversários do actual regime. Trata-se de uma task force que veio realimentar a produção da maior parte das fake news que circulam no espaço público, com as quais inquinam quer as relações institucionais como as pessoais, disseminando novamente o ódio entre os angolanos”, denunciou Adalberto Costa Júnior.

Na ótica do político, os gabinetes actuam com já conhecidos órgãos que funcionam na órbita da Presidência da República e do departamento de propaganda do MPLA, que recrutam várias individualidades, conhecidos opinion makers e jornalistas, a troco de benesses.

“Estes gabinetes actuam num triunvirato com já conhecidos órgãos similares que funcionam na órbita da Presidência da República e do departamento de propaganda do próprio partido no poder. Foram arregimentadas a esta task force várias individualidades, conhecidos opinion makers e jornalistas, a troco de automóveis de luxo e vivendas em condomínios de alto padrão”, disse o presidente da UNITA.

Para União Nacional para Independência Total de Angola, os  opinion makers prestam obediência ao “regime angolano “, com intervenções nos órgãos de comunicação social públicos e noutros media digitais, para vitimizarem o partido no poder, o MPLA, atacando a oposição e a sociedade civil.

Adalberto Costa Júnior entende que estes métodos são, na generalidade, fielmente imitados de sistemas e modelos de inteligency praticados por países de regimes totalitários e repressivos que o mundo civilizado e organizado abandonou há muito tempo.

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Escutas telefónicas

O líder da UNITA também denunciou a existência de escutas telefónicas a telemóveis de opositores e outras figuras do nosso mosaico político, um aspecto controverso relativo ao funcionamento dos Serviços de Inteligência angolanos.

“Um outro aspecto controverso relativo ao funcionamento dos Serviços de Inteligência angolanos tem a ver com as escutas telefónicas. Não são poucas as pessoas que dizem ter a sensação de que são indiscriminadamente vigiadas. As escutas, na verdade, não são coisa de outro mundo. Elas estão previstas na nossa legislação, mas não devem ser feitas abusivamente ou despoletadas por motivações levianas”, reclamou o político do “Galo Negro”.

Adalberto Costa Júnior lembrou que a Lei sobre a Segurança Nacional Lei nº 12 /02 de 16 de Agosto estabelece que as escutas a um suspeito é com autorização judicial, desde que seja requerido por órgãos e serviços públicos de informações, bem como por forças e serviços de ordem interna.

Segundo a UNITA, as continuadas suspeições da prática irregular de escutas é um assunto, para os angolanos, que não deve ser ignorado, mas sim ser objecto de reflexão e da análise, a fim de avaliar se os órgãos dos serviços de Inteligência podem ou não ser fiscalizados diante das “graves irregularidades” praticadas.

Na visão do presidente Adalberto Costa Júnior, já não se justifica o manto de total opacidade envolvido no funcionamento dos Serviços Secretos angolanos, que também descentralizou as suas acções as embaixadas, onde uma rede de informantes não inseridos formalmente no quadro de pessoal dos Serviços de Inteligência e espalha terror e medo as comunidades angolanas residentes no estrangeiro.

“Um outro aspecto controverso relativo ao funcionamento dos Serviços de Inteligência angolanos tem a ver com as escutas telefónicas. Não são poucas as pessoas que dizem ter a sensação de que são indiscriminadamente vigiadas. As escutas, na verdade, não são coisa de outro mundo. Elas estão previstas na nossa legislação, mas não devem ser feitas abusivamente ou despoletadas por motivações levianas”, revelou.

A União Nacional para Independência de Angola defende reforma urgente nos serviços de inteligência, para tornar a Assembleia Nacional competente para fiscalizar, de forma especializada, este segmento sensível e imprescindível do funcionamento do Estado, enquanto o Executivo se encarrega da sua orientação estratégica, táctica e operacional.

Em resumo, disse Adalberto Costa Júnior, a secreta não foi instituída para perseguir políticos fora da família do poder, nem os seus agentes devem passar a vida a infiltrar-se nos partidos da oposição, com o fito de os minar e desestabilizar por dentro.

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Francisco Paulo
Francisco Paulo
Jornalista desde 2009, começando a carreira jornalística no extinto semanário “O Desperte”. Passando por diferentes redações em Angola, como a Rádio Despertar, TV Palanca (PTV), Semanários Angolense, A Capital e O Crime.

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