Empresários americanos querem presença secular na exploração de terra em Angola. Numa altura que o Presidente angolano se reúne esta quinta-feira, em Washigton, com seu homólogo norte-americano Joe Biden
Os investidores agrícolas americanos pretendem “marcar presença secular no mercado angolano”, caso seja revista actual Lei de Terra, que apenas permite a exploração do solo para 60 anos.
As informações são do presidente da Câmara de Comércio Angola/Estados Unidos da América, Pedro Godinho.
O Presidentes dos Estados Unidos da América, Joe Biden, e João Lourenço, Presidente angolano, avistam-se nesta quinta-feira, 30 de Novembro, na Casa Branca, para falar de cooperação bilateral que une os dois países.
O encontro visa assinalar os 30 anos das relações diplomáticas entre Luanda e Washigton, olhando para cooperação bilateral no comércio, investimentos, clima e energia e ainda o anunciado projeto de investimento no Corredor do Lobito.
Para Pedro Godinho, líder da Câmara de Comercio Angola/Estados Unidos da América, a reunião representa mais-valia para os respectivos estados, avançando que empresários americanos estão interessados a investir no setor produtivo no país, mas condicionam a presença no mercado angolano, devido ao diploma sobre à Lei de Terra.
O responsável associativo faz saber que o diploma angolano permite um período máximo de 60 anos de exploração de terra, quando, na verdade, os investidores americanos querem a uma presença de 100 anos em Angola.
“A estratégia das empresas americanas é entrarem para o mercado e marcarem uma presença secular. Portanto, quando falamos de um século são 100 anos e Lei de Terra só permite o período máximo de 60 anos. Acho aí uma discrepância que nossa liderança precisa olhar se for do interesse de Angola atrair investidores extremamente fortes na área da agricultura”, anunciou Pedro Godinho.
Apesar disso, o presidente da Câmara de Comercio Angola/Estados Unidos da América mostrou-se confiante, já que alega fazer diplomacia juntos de investidores americanos para trazer em Angola uma parte dos 200 bilhões de dólares anunciado o ano passado pelo Presidente americano.
O também empresário entende que vai continuar a fazer esforços para transmitir o seu ponto de vistas em relação as iniciativas empresárias, porque não é fácil obter autorização das instituições angolanas e, sobretudo, quando falamos em mega projecto, isso acarreta desistência dos investidores, que olham para outras latitudes do mundo.
“Sentimos aí um grande interesse por parte não só das empresas americanas e do próprio governo americano em trazer para aqui parte dos 200 bilhões de dólares que o Presidente Biden anunciou o ano passado na Alemanha durante o G7. No entanto, vamos fazer esforços, transmitir o nosso ponto de vistas as instituições do país, para podermos, dentro deste 200 bilhões que serão distribuídos em cinco anos, uma boa parte vem para o país.
Visita à Casa Branca
O Presidente angolano, João Gonçalves Manuel Lourenço, vai discursar na Assembleia Geral das Nações Unidas e reunir-se com o seu homólogo norte-americano Joe Biden, para comemorar os 30 anos de relações diplomáticas entre os dois países.
Esta é a segunda visita oficial de um Presidente angolano à Casa Branca, sendo que, em 1995, o então Presidente José Eduardo dos Santos foi recebido em Washington por Bill Clinton.
Em 1991, Santos tinha estado na Casa Branca numa visita privada a convite do Presidente George Bush.