A criminalidade em Portugal atingiu, em 2023, o valor mais elevado em 10 anos. O tipo de crime que mais subiu no ano passado foram os cometidos contra o Estado (mais 16,9%), que passaram de 6559 em 2022 para 7713 em 2023. A criminalidade violenta aumentou 5,5% no ano passado em relação a 2022.
Os crimes registados pelas polícias portuguesas aumentaram cerca de 8% no ano passado em relação a 2022 e atingiram os valores mais elevados em 10 anos, totalizando quase 372 mil. A criminalidade violenta aumentou 5,5% no ano passado em relação a 2022, tendo as polícias portuguesas registado um total de 14.022 crimes violentos em 2023, revelam as estatísticas da Direção-Geral de Política de Justiça.
A criminalidade violenta e grave teve no ano passado um aumento de 14,4% face a 2021, mas em relação 2019 registou-se uma descida de 7,8%.
“Em termos comparativos de pós e pré-pandemia, a tendência relativa a crimes graves e violentos prossegue ainda numa curva descendente”, disse Paulo Vizeu Pinheiro, considerando que “importa manter os níveis de vigilância e evitar complacências”.
Entre os crimes que mais subiram em 2022 constam o roubo na via pública e roubo por esticão, que representam 53% da criminalidade violenta e grave, a violência doméstica, que subiu 15% em relação a 2021 (+3.968 casos), criminalidade grupal, com uma subida de 18% (+898 participações), e delinquência juvenil, que aumentou 50,6% em relação a 2021, com mais 567 participações.
No que respeita à criminalidade violenta e grave, Paulo Vizeu Pinheiro, realçou que os crimes que mais subiram no ano passado em relação a 2021 foram a violação (+30,7%), a extorsão (+49,9%), roubo na via pública (exceto esticão) com mais 21,1%.
Aqueles que mais desceram foram o roubo em farmácias, com menos 65,6%; o roubo de viatura, com menos 23% e o roubo em posto de abastecimento de combustível, com menos 24,6%.
O destaque estatístico anual, publicado no site da Direcção-Geral de Política de Justiça (DGPJ), publicado este domingo, indica que o número de crimes registados pelas autoridades policiais em 2023 foi de 371.995, mais 28.150 do que em 2022, quando se verificaram 343.845 crimes.
Sobre o tipo de crime, a mesma fonte informa que os crimes contra o património representaram cerca de 51,0% do total (189.657 crimes). Em seguida, aparecem os crimes contra as pessoas, que corresponderam a cerca de 24,4% do total (90.840 crimes), estado os crimes contra a vida em sociedade, que representaram 11,9% do total (44.439 crimes), em terceiro lugar.
Crimes contra o Estado
Por sua vez, o tipo de crime que mais aumentou no ano passado é o contra o Estado (mais 16,9%), que passaram de 6.559 em 2022 para 7.713 em 2023.
Entre os crimes que subiram no ano passado e mencionados na página da DGPJ constam o abuso sexual de menores, 976 em 2023, mais 12 do que em 2022, branqueamento de capitais, 104 (mais 55 do que em 2022), e 72 de corrupção (mais 16).
As polícias detetaram no ano passado 452 crimes relacionadas com o desporto, mais 98 do que em 2022, tendo também registado 39.712 crimes rodoviários em 2023 (mais 3.376).
Os crimes que baixaram, no ano que passou, foram de incêndio florestal, 5.325 (menos 1.842) e violência doméstica, que teve uma ligeira diminuição, passando de 30.488 em 2022 para 30.461 em 2023 (menos 27).




