O Estado Islâmico reivindicou, este sábado, a autoria do ataque com faca na cidade de Solingen, no oeste da Alemanha, na noite de sexta-feira, que matou três pessoas e feriu outras oito, avança a Reuters. Horas depois, a polícia alemã anunciava a detenção de um segundo suspeito, depois de ter detido um jovem de 15 anos. Não se sabe ainda se os dois detidos têm ou não alguma ligação ao Estado Islâmico
O autoproclamado Estado Islâmico reivindicou o ataque terrorista que matou três pessoas e feriu oito na cidade alemã de Solingen, no oeste do país. Segundo a Agência Reuters, o Daesh publicou uma mensagem no canal Telegram em que justifica o ataque terrorista a civis com “vingança pelos muçulmanos da Palestina e de todo o lado”.
As autoridades alemãs, pela voz do procurador Markus Kasper, já tinham admitido que a hipótese de se tratar de um “ataque terrorista” não podia “ser afastada”.
“Não há outro motivo aparente. As vítimas eram desconhecidas, sem parentesco. Por isso pensamos que é possível que tenha sido um ato terrorista”, afirmou.
O diretor da operação policial apoiou esta hipótese ao confirmar, em resposta a perguntas da imprensa, que, segundo as imagens do ataque, as facadas foram dirigidas “com muita precisão” ao pescoço das vítimas.
O autor do massacre atacou as pessoas que assistiam a um festival em Solingen para celebrar o 650º aniversário desta cidade da Renânia, perto da fronteira com a Bélgica e os Países Baixos.
As vítimas foram esfaqueadas no pescoço e a polícia encontrou várias armas brancas no local do crime. No total, morreram três pessoas, quatro estão feridas com gravidade e outras quatro terão ferimentos mais ligeiros.
A polícia alemã já deteve dois suspeitos do ataque, um deles um jovem de 15 anos. Em conferência de imprensa, a polícia explicou que o adolescente é suspeito de ter conhecimento prévio do ataque e de não ter agido para o evitar, mas os investigadores acreditam que não se trata do agressor.
O jovem, que foi detido de manhã na casa da família, foi identificado com base no testemunho de duas pessoas que ouviram uma conversa suspeita antes dos acontecimentos durante um festival municipal, em Solingen, no oeste da Alemanha, e que, após o ataque, contactaram a polícia.
“Só sabemos que falou com uma pessoa, se essa pessoa era o agressor não temos a certeza”, disse o procurador responsável pela luta contra o terrorismo na região da Renânia do Norte-Vestefália (NRW), Markus Caspers, na conferência de imprensa.
O procurador não quis fornecer uma descrição do alegado autor do ataque, devido aos testemunhos contraditórios que foram recolhidos e à falta de clareza até agora do caso.
“Nada seria mais prejudicial do que dar uma descrição, apelar à população, por assim dizer, para cooperar com a operação de busca e descobrir no decurso da investigação que a pessoa parece completamente diferente”, afirmou.
Caspers indicou que, tal como a polícia antecipou ao longo do dia, não se pode excluir a suspeita de que o ataque, ocorrido numa festa ao ar livre durante as comemorações do 650.º aniversário da fundação de Solingen, seja um ato terrorista.
Os responsáveis policiais tornaram ainda públicas as idades das vítimas mortais, dois homens de 56 e 67 anos e uma mulher de 56, e a evolução dos feridos, dos quais quatro estão em estado crítico, dois em estado grave e dois em estado ligeiro.
O chanceler alemão, Olaf Scholz, declarou-se chocado com o ataque e pediu que o autor fosse punido “em toda a extensão” da lei. “Na nossa sociedade não devemos tolerar algo assim e nunca aceitá-lo”, disse.
