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Israel anuncia morte de líder do Hezbollah em ataque a Beirute

Israel anunciou hoje a morte de Hassan Nasrallah, líder do Hezbollah, em um ataque aéreo realizado nos subúrbios ao sul de Beirute, capital do Líbano. Nasrallah liderava o grupo militante xiita apoiado pelo Irã há 32 anos, sendo uma das figuras mais influentes do Oriente Médio. A confirmação foi feita pelas Forças Armadas israelitas, que afirmaram ter conduzido um “ataque preciso” contra o quartel-general do Hezbollah na região de Dahiyeh, uma área fortemente controlada pela organização

“Hassan Nasrallah deixará de poder aterrorizar o mundo”, lê-se numa mensagem publicada pelo Exército israelense na rede social X (antigo Twitter). O porta-voz das Forças Armadas de Israel, contra-almirante Daniel Hagari, explicou que o ataque foi uma resposta a quase um ano de contínuas agressões do Hezbollah contra civis israelitas, incluindo o lançamento de foguetes, mísseis e drones suicidas. Segundo Hagari, Israel já havia alertado a comunidade internacional sobre a crescente ameaça representada pelo grupo, mas optou por agir após a ausência de medidas externas para conter as ações do Hezbollah.

Operações coordenadas e tensão crescente

Os ataques ocorreram apenas algumas horas depois do discurso do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, na Assembleia Geral da ONU. Durante sua fala, Netanyahu reforçou o compromisso de Israel em continuar as operações contra o Hezbollah até atingir seus objetivos militares, o que diminui ainda mais as expectativas de um cessar-fogo mediado pela comunidade internacional. “Israel está a fazer o que todos os estados soberanos fariam”, declarou Hagari, justificando os bombardeios em território libanês.

Nasrallah, que durante décadas foi uma das principais vozes da resistência contra Israel na região, havia consolidado a influência do Hezbollah no Líbano e em outras áreas do Oriente Médio, sempre contando com o apoio estratégico e financeiro do Irã. A sua morte representa um golpe significativo para o grupo, que se envolveu em vários conflitos com Israel ao longo dos anos, incluindo a devastadora guerra de 2006.

Explosões e pânico em Beirute

Israel anuncia morte de líder do Hezbollah em ataque a Beirute
Foto: WAEL HAMZEH/EPA

De acordo com a agência oficial de notícias do Líbano, explosões massivas sacudiram a capital na manhã deste sábado, atingindo vários prédios nos subúrbios do sul de Beirute, conhecidos como bastiões do Hezbollah. Colunas de fumaça foram vistas subindo de diversos locais, e imagens de destruição foram transmitidas por canais de televisão locais. A emissora Al-Manar, próxima ao Hezbollah, informou que pelo menos quatro edifícios foram reduzidos a escombros, enquanto testemunhas relataram que o impacto das explosões pôde ser sentido a cerca de 30 quilômetros de distância.

O clima de pânico tomou conta de Beirute, com sirenes de ambulâncias ecoando pela cidade enquanto moradores tentavam se abrigar. Fontes ligadas ao Hezbollah indicaram que os ataques foram os mais violentos na capital libanesa desde a guerra de 2006.

Consequências regionais

A morte de Nasrallah deve gerar uma onda de tensão na já instável relação entre Israel e o Hezbollah, com possíveis repercussões em toda a região do Oriente Médio. Analistas preveem retaliações por parte do grupo, que ainda mantém uma forte presença militar no sul do Líbano e é visto como uma peça-chave nas ambições geopolíticas do Irã na região. Por outro lado, Israel parece determinado a continuar suas operações militares contra o Hezbollah, visando neutralizar a influência do grupo ao longo da fronteira norte.

No cenário internacional, as potências globais acompanham com preocupação o desenrolar dos eventos, temendo uma escalada do conflito que poderia envolver outros atores regionais. A morte de Nasrallah, no entanto, também pode abrir um novo capítulo na dinâmica entre Israel e seus vizinhos, especialmente se o Hezbollah for incapaz de se reestruturar rapidamente após a perda de seu principal líder.

Enquanto isso, os moradores de Beirute tentam lidar com as consequências imediatas da ofensiva israelita, no meio de um cenário de destruição que remete aos momentos mais sombrios do conflito de 2006. A tensão no Líbano, já fragilizado por uma grave crise económica e política, promete aumentar à medida que a resposta do Hezbollah se desenha.

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