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Trabalhadores portugueses temem denunciar abusos por medo de retaliações, revela estudo

Um estudo recente do Institute of Business Ethics, em parceria com a Católica Porto Business School, revela que dois em cada dez trabalhadores portugueses testemunharam abusos de autoridade, ‘bullying’ ou assédio no último ano, mas não os denunciaram por medo de retaliações ou descrença na eficácia das medidas corretivas. A investigação, realizada entre abril e maio de 2024, conclui que Portugal é um dos países onde os trabalhadores menos reportam má conduta no local de trabalho, apesar de registar melhorias desde 2021.

Entre as razões apontadas para o silêncio dos trabalhadores, o estudo sublinha que 41% não acreditam que denúncias levem a consequências adequadas, enquanto 36% temem perder o emprego. Dos que denunciaram, 51% sofreram retaliações ou desvantagens pessoais, colocando Portugal entre os países com maior risco de represálias, ao lado da Alemanha, França e Índia.

Helena Gonçalves, coordenadora do Fórum de Ética da Católica Porto Business School, destacou que embora haja um aumento das denúncias em comparação com anos anteriores, o receio de retaliação continua a ser um grande obstáculo. Em 2019, apenas 49% dos trabalhadores reportavam casos de má conduta, número que baixou em 2021 para 46% devido ao impacto da pandemia, mas que em 2024 subiu para 56%.

O estudo também revela que 22% dos trabalhadores sentiram pressão para comprometer os padrões éticos no seu ambiente laboral, sendo o cumprimento de prazos irrealistas e as ordens superiores as principais causas dessa pressão. O abuso de autoridade foi identificado como a forma mais comum de má conduta (43%), seguido de ‘bullying’ e outras formas de assédio (32%).

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Helena Gonçalves salienta que o assédio sexual passou a ser considerado numa categoria autónoma este ano, mostrando que, embora o assédio moral predomine em Portugal, o assédio sexual também é significativo.

Este inquérito, que abrangeu cerca de 12 mil pessoas em 16 países, será discutido publicamente na Conferência anual do Fórum de Ética, a 12 de novembro.

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