Em Castelo Branco, onde se fecham lojas, encerram-se postos de trabalho e despovoa-se a esperança, o presidente da câmara, Leopoldo Rodrigues, parece ensaiar a sua própria versão do “baile das cadeiras”. Só que aqui, quem dança é ele; quem perde o lugar são os albicastrenses. À medida que o Grupo Inditex retira mais um par de lojas da cidade, Rodrigues prefere abrir festas e sorrisos — para ele, os eventos continuam; para a população, o que resta são os ecos do desemprego e do desespero.
Rodrigues, parece, governa como um anfitrião de festas: atento ao brilho e à presença de palco, mas alheio à realidade das ruas. Enquanto as rendas atingem picos impensáveis e os jovens migram, ele corta fitas e sorri para selfies. Porque para ele, ao que parece, estar na câmara não é assumir responsabilidades, é gerir a própria popularidade como quem gere um “club de fãs”.
Os números são cruéis: com o fecho da Zara e das restantes lojas Stradivarius e Pull&Bear do Grupo Inditex, Castelo Branco perde empregos a um ritmo alarmante, e os rumores de mais saídas empresariais só aumentam. E, como um efeito de dominó, o comércio local sofre com a fuga de capital privado que escolhe ir para Covilhã, onde se promovem investimentos em hospitais, hotéis e fábricas — um futuro que, ironicamente, poderia ser de Castelo Branco. Mas, para Rodrigues, a solução parece passar pela reciclagem de negócios e reaproveitamento de estruturas antigas, como o edifício dos CTT. Estratégia? Talvez. Ou apenas mais uma tentativa de manter a aparência.
O problema é que a cidade está a esvaziar-se, não de eventos, mas de pessoas e de investimentos. O mercado imobiliário transformou-se numa armadilha que expulsa potenciais residentes, enquanto o presidente assiste de camarote. E se muitos dizem que Leopoldo não pode mudar as decisões de uma multinacional como a Inditex, ele poderia, no mínimo, promover condições atrativas para que outras empresas ocupassem o espaço deixado vago. Poderia, mas não o faz. Afinal, para quê medidas difíceis se é muito mais fácil e mediático cortar uma fita, rir para as câmaras e prometer sem garantias?
Enquanto a cidade sucumbe a uma crise previsível e evitável, a única constante no plano de Leopoldo Rodrigues é a sua estratégia de aparições públicas, um “reality show” de promessas que só convence quem vê de longe. Castelo Branco quer ser mais, mas o seu presidente contenta-se com menos — desde que, claro, o “menos” inclua o seu nome em destaque.
“Rodrigues e o Jornalista: Verdades Amargas para um Presidente Adocicado”
Rodrigues não esconde a sua aversão ao jornalismo crítico. A imprensa local com o jornal OREGIÕES, com uma coragem cada vez mais rara, denuncia a inércia de Rodrigues, destacando a sua postura decorativa e a sua obsessão com imagem. Mas ele prefere ignorar, como um pavão ofendido pela sombra. E enquanto o jornalista continua a expor a triste realidade – o despovoamento, o desemprego e o desinvestimento – o presidente, bem mais confortável em eventos do que em debates sérios, vê a sua popularidade definhar junto com o futuro da cidade.
Leopoldo Rodrigues, presidente de Castelo Branco, prefere o aplauso fácil ao olhar atento e crítico da imprensa local. Há quem diga que ele não “morre de amores” pelo jornalista do OREGIÕES, que insiste em apontar o dedo à sua inércia no cargo — mas a realidade é que este jornalista apenas descreve o que os albicastrenses sentem: uma traição silenciosa, com sabor a promessas vazias e uma falta de visão gritante.
Para o presidente, mais confortável na festa do que no gabinete, o jornalista é um espinho cravado no pedestal onde se vê. Este jornalista não poupa nas palavras para descrever uma liderança tão vegetativa quanto preocupada com a sua imagem, e cada artigo seu é uma janela aberta para a cidade ver o que realmente acontece nos bastidores: um líder que, em vez de trabalhar para resolver os problemas da comunidade, parece mais empenhado em “gerir” os danos das críticas.
Rodrigues vê a sua popularidade, outrora garantida, afundar-se na mágoa de uma população que confiou nele e se sente enganada. E o jornalista não lhe perdoa, pois faz o que poucos ousam fazer: mostrar a realidade de uma cidade que, nas mãos de Rodrigues, mais parece viver numa crónica de promessas perdidas.
Para os albicastrenses, as próximas eleições de 2025 marcam a última dança de Rodrigues. Ao ritmo de “eventos sem conteúdo”, as oportunidades de um futuro mais promissor para a cidade vão saindo, uma a uma, porta fora. Porque, no fim, enquanto o presidente celebra e posa, a paciência da população esgota-se.