Em Inglaterra, um caso singular revelou-se após um teste caseiro de ADN indicar que duas mulheres foram trocadas à nascença há 50 anos. A descoberta surgiu em 2021, quando Tony, um homem que pensava conhecer a sua irmã desde a infância, decidiu fazer um teste de ADN em casa. Ao analisar os resultados, Tony apercebeu-se de que o nome da sua “irmã” de toda a vida, Jessica, não aparecia na lista de familiares, enquanto o nome de uma mulher desconhecida, identificada como “Claire”, surgia em destaque.
Após entrar em contacto com Claire, que também fizera um teste de ADN e notara a presença de familiares desconhecidos, ambos começaram a desconfiar de que algo estava profundamente errado. Depois de investigarem, os dois descobriram que Claire e Jessica nasceram no mesmo hospital, com apenas um dia de diferença, em 1967. A semelhança física entre Claire e Joan, mãe de Tony, confirmou as suspeitas: Claire era, de facto, a sua verdadeira irmã.
Joan, mãe de Tony, relatou a sua emoção ao conhecer Claire. “Quando olhei para ela, vi os meus próprios olhos. Foi como olhar para o passado”, disse à BBC. Claire também expressou o seu choque, comentando que toda a sua documentação de identidade estava agora em questão, uma vez que o seu certificado de nascimento, passaporte e carta de condução registam uma data que não corresponde à sua verdadeira história.
O Serviço Nacional de Saúde britânico (NHS) declarou que este é o primeiro caso documentado de troca de bebés nos seus hospitais, classificando-o como um “erro terrível”. Embora o NHS não disponha de registos que expliquem como a troca ocorreu, as autoridades confirmaram que estão a colaborar com as famílias afetadas para assegurar uma compensação financeira. Este caso inédito levanta questões sobre a supervisão hospitalar em décadas passadas e o impacto de revelações semelhantes proporcionadas por testes de ADN modernos.
As negociações sobre a indemnização prosseguem, enquanto Tony, Claire e a restante família tentam ajustar-se à nova realidade.
