Várias empresas angolanas do setor pesqueiro estão em falência técnica, por falta de peixe nos mares do país. O Ministério das Pescas afasta-se da crise e aponta às alterações climáticas como uma das causas da carência do pescado nas águas de Angola.
Agentes económicos do sector das pescas e armadores, em Angola, queixam-se da escassez de peixe nos mares do país, com destaque para o carapau, a sardinha e a cavala.
Paulo Santos, da Associação Angolana de Pesca e representante na província do Namibe, diz que a situação está a levar ao encerramento de muitas empresas, com dificuldades de pagar impostos e salários.
“A nível do Namibe estamos atravessar uma fase muito complicada. Todos mananciais de pesca têm caído e os principais pelágicos estão em decadência: O carapau, as sardinhas e os cavalas. Muitas empresas estão em falência técnica. Muito são os colegas que têm dificuldades em pagar os seus impostos até salário”, advertiu responsável associativo.
Em reação, o diretor Nacional dos Recursos Marinhos do Ministério das Pescas, Vitor XIlamba, esclarece que um dos motivos da carência do pescado está a associado a diversos fatores, como a poluição e as alterações climáticas.
“Fala-se de poluição, fala-se de aquecimento da própria água do Mar, a diminuição dos níveis de oxigênio dissolvido em determinadas zonas, fala-se também da estabilidade ecossistema marinho. Podemos também olhar para um dos fatores que tem a ver com níveis e o esforço de pesca e aqui onde caracterizamos aquilo que são os métodos, as artes e os tipos de pescas”, descreveu o representante do Ministério das Pescas.
Segundo dados da Policia Fiscal e Aduaneira de Angola, de janeiro a novembro, cento e dezanove embarcações de pesca foram apreendidas, por terem violado às regras pesqueiras e marítimas.