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Universidade de Coimbra Limita Visitas Guiadas a Grupos Pequenos e Gera Controvérsias

A Universidade de Coimbra anunciou, para janeiro de 2025, uma alteração significativa na forma como serão realizadas as visitas guiadas aos seus espaços históricos. A partir dessa data, a instituição limitará a entrada de operadores turísticos que acompanhem grupos com menos de cinco pessoas, uma decisão que está a gerar diversas críticas por parte de guias-intérpretes e profissionais do setor turístico.

A Universidade justifica a medida com o objetivo de reduzir o número de guias-intérpretes presentes simultaneamente nas visitas, argumentando que a atual sobrecarga de guias tem prejudicado a qualidade da experiência turística, em especial em locais com elevado valor patrimonial, como a Biblioteca Joanina. De acordo com a reitoria da UC, essa concentração de guias torna as visitas mais caóticas e pode aumentar a pressão sobre os espaços de maior fragilidade. Além disso, a universidade alega que as novas regras visam assegurar uma maior organização e preservar a tranquilidade dos visitantes.

No entanto, a medida tem gerado um grande mal-estar entre os profissionais do setor, especialmente entre os guias-intérpretes que trabalham com pequenos grupos, como casais e famílias. Três destes guias, contactados pela agência Lusa, expressaram a sua preocupação com o impacto da medida na sua atividade, afirmando que a restrição pode prejudicar tanto os seus negócios quanto a atratividade de Coimbra como destino turístico.

Um dos guias afirmou que, devido à alteração das regras, muitos operadores turísticos estão a deixar de incluir Coimbra nas suas ofertas, especialmente agências estrangeiras que trabalham com grupos reduzidos. O guia relatou que já recebeu notificações de que agências estão a retirar Coimbra das suas rotas, prejudicando a cidade que, para muitos turistas, é o principal motivo para parar entre Lisboa e Porto ou na região do Douro. Este guia também indicou que, apesar de a medida poder ser viável no verão, quando é possível agrupar grupos, no inverno ela representa um verdadeiro obstáculo para a sua atividade.

Outro guia explicou que a nova política não impede, na prática, a realização de visitas guiadas a grupos pequenos, mas exige a compra de pelo menos cinco bilhetes, o que pode tornar a experiência economicamente inviável para casais ou famílias, pois o custo pode subir significativamente. Este aumento de preço, que passa de cerca de 30 para 90 euros, torna Coimbra uma opção menos atraente para certos turistas, em comparação com outras cidades portuguesas como Óbidos ou Aveiro.

Embora a UC tenha afirmado que os visitantes poderão optar por visitas não acompanhadas ou por guias da própria universidade, que conduzirão grupos maiores, os guias contestam a falta de diálogo da reitoria com os profissionais da área. No passado, os guias eram vistos como parceiros da universidade, mas agora sentem-se desconsiderados nas decisões que impactam diretamente o seu trabalho.

Em resposta às críticas, a reitoria da Universidade de Coimbra garantiu que as novas regras não afetarão as visitas de grupos pequenos, e que as mudanças foram tomadas após um processo de diálogo com os agentes turísticos. A universidade também reafirmou que os grupos podem continuar a realizar visitas guiadas, seja com os guias da UC, seja de forma independente, desde que cumpram as novas exigências.

A polémica em torno da mudança de regras levanta uma questão crucial sobre o equilíbrio entre a preservação do património e o impacto nas atividades económicas que dependem do turismo. A reação dos guias e operadores turísticos sugere que, se não forem feitas adaptações, a medida pode afetar negativamente a dinâmica turística de Coimbra, especialmente nos meses de menor movimento.

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