O Governo do Reino Unido emitiu, esta segunda-feira, uma forte condenação contra a violência perpetrada contra manifestantes pró-democracia e jornalistas na Geórgia, anunciando a suspensão de todos os programas de apoio ao Executivo georgiano. A decisão surge após uma série de confrontos violentos entre manifestantes e as forças de segurança em Tbilisi e noutras cidades do país, em resposta à decisão do governo de adiar para 2028 as negociações de adesão à União Europeia.
Em comunicado, o ministro britânico dos Negócios Estrangeiros, David Lammy, afirmou que o Reino Unido limitará os contactos com os representantes do governo georgiano até que o país ponha fim ao afastamento das normas e liberdades democráticas que são fundamentais para a Europa. Lammy condenou as “cenas chocantes de violência”, sublinhando que “estes atos mancham a reputação internacional da Geórgia” e são contrários ao compromisso constitucional do país com um futuro europeu.
As tensões começaram a crescer depois da decisão do Governo da Geórgia, liderado pelo partido Sonho Georgiano, de adiar a questão da adesão à União Europeia para 2028, um movimento que gerou indignação entre a população. Desde então, diversas manifestações pró-europeias tomaram as ruas de Tbilisi, sendo violentamente reprimidas pela polícia com o uso de canhões de água e gás lacrimogéneo. Durante mais de uma semana, os protestos continuaram, e, no domingo, os manifestantes voltaram a exigir um futuro europeu para o país, sendo acusados pelo governo de tentativa de revolução, com o partido no poder alegando que a oposição e os manifestantes seriam financiados por potências estrangeiras.
A suspensão de programas de apoio do Reino Unido à Geórgia inclui também a limitação da cooperação no domínio da defesa, uma medida que visa pressionar o governo de Tbilisi a reconsiderar o seu afastamento das orientações democráticas e da integração europeia. O Reino Unido reforçou ainda o seu apoio ao povo georgiano, destacando o direito inalienável da população de escolher o futuro do país.