O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou esta segunda-feira que pretende falar diretamente com os líderes da Rússia e da Ucrânia, Vladimir Putin e Volodymyr Zelensky, com o objetivo de pôr fim ao conflito na Ucrânia. Em declarações aos jornalistas a partir da sua residência em Mar-a-Lago, na Flórida, Trump destacou a gravidade da situação, referindo que muitas cidades ucranianas foram totalmente destruídas pela guerra, tornando impossível o regresso dos habitantes às suas casas.
Trump sublinhou que a situação na Ucrânia se caracteriza por uma “carnificina” e que é urgente interromper o ciclo de destruição. “Vamos falar com o Presidente Putin e com Zelensky. Temos de parar com isto, é uma carnificina”, afirmou, acrescentando que grande parte do território ucraniano se assemelha a um “estaleiro de demolição”, com cidades inteiras reduzidas a escombros.
O ex-presidente norte-americano foi questionado sobre a possibilidade de negociações de paz entre Moscovo e Kiev, nomeadamente sobre quais territórios poderiam ser discutidos. No entanto, a Rússia insiste em condições que a Ucrânia recusa aceitar, incluindo a rendição do país antes de qualquer conversa e a cedência de territórios que Moscovo afirma ter anexado. A Rússia também exige que a Ucrânia desista da sua intenção de aderir à NATO, uma exigência que tem sido central nas negociações.
Trump, que tem demonstrado publicamente o desejo de ver o fim do conflito, já afirmou anteriormente que espera uma diminuição no apoio militar dos Estados Unidos à Ucrânia. Essa posição gerou preocupações entre os aliados europeus e Kiev, que temem que Trump possa forçar concessões significativas por parte da Ucrânia, o que representaria uma vitória estratégica e militar para a Rússia e para o presidente Vladimir Putin.
A invasão russa da Ucrânia, iniciada em fevereiro de 2022, tem sido justificada por Moscovo como uma ação para proteger as populações separatistas pró-russas no leste da Ucrânia e para “desnazificar” o país. Desde então, a guerra tem causado um elevado número de vítimas em ambos os lados, com intensos ataques aéreos russos contra cidades ucranianas e ofensivas ucranianas em território russo, incluindo a península da Crimeia, anexada ilegalmente pela Rússia em 2014.
Completando o terceiro ano de conflito, as forças armadas ucranianas enfrentam dificuldades, como a falta de soldados e de armamento, apesar do apoio contínuo dos aliados ocidentais. Por sua vez, as negociações entre Moscovo e Kiev permanecem bloqueadas desde a primavera de 2022, com a Rússia insistindo na aceitação da anexação de partes do território ucraniano como condição para qualquer acordo de paz.