O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, apelou esta terça-feira aos países ocidentais para que intensifiquem o apoio à Ucrânia, destacando a urgência de reforçar a nação no campo de batalha. Zelensky sublinhou que a prioridade deve ser fortalecer rapidamente a Ucrânia, tanto no aspecto militar como no político e geopolítico, face ao recuo das forças de Kiev perante o Exército russo.
Em declarações durante uma conferência de imprensa conjunta com o primeiro-ministro polaco, Donald Tusk, Zelensky afirmou que a principal missão da comunidade internacional é determinar de que forma a Ucrânia pode ser apoiada de forma eficaz para enfrentar as forças russas. O líder ucraniano, que lidera a resistência contra a invasão russa há quase três anos, também apelou aos seus aliados europeus para que se mantenham unidos frente à possível mudança de postura dos Estados Unidos, com a tomada de posse do novo presidente eleito, Donald Trump, prevista para janeiro.
A chegada de Trump à Casa Branca levanta temores de que os Estados Unidos possam reduzir a ajuda militar essencial à Ucrânia e exercer pressões para que sejam feitos compromissos favoráveis à Rússia nas negociações de paz. Zelensky enfatizou a importância de enviar sinais claros para Washington, para que a nova administração continue a ouvir as necessidades da Ucrânia, sublinhando que a paz justa no território ucraniano deve ser uma prioridade para todos os aliados.
O primeiro-ministro polaco, Donald Tusk, expressou total apoio à Ucrânia, afirmando que a Polónia fará tudo ao seu alcance para garantir que eventuais negociações de paz não resultem em “decisões injustas” para o país. Tusk reafirmou a posição da Polónia, dizendo que não vê razão para que a Ucrânia ceda perante Moscovo, uma vez que considera que a Ucrânia é a vítima do conflito, e não Moscovo.
A situação no terreno continua a ser difícil para as forças ucranianas, que enfrentam um Exército russo superior em número e em recursos. Nos últimos meses, as tropas russas têm avançado significativamente na região leste da Ucrânia, forçando o exército ucraniano a recuar em várias frentes. Adicionalmente, Moscovo lançou uma contraofensiva, incluindo a participação de tropas norte-coreanas, na região de Kursk, parcialmente ocupada pelas forças ucranianas. De acordo com o comandante do Exército ucraniano, Oleksandr Syrsky, a Ucrânia perdeu cerca de metade do território que controlava nesta região desde o início da ofensiva surpresa ucraniana, em agosto, conforme relatado pela revista The Economist.
A Ucrânia continua a lutar por sua soberania, enquanto busca apoio constante e decisivo da comunidade internacional para garantir a sua resistência e recuperação territorial.