Pela primeira vez na história, uma mulher assumirá a liderança de um dicastério na Cúria Romana. O Papa Francisco nomeou a religiosa italiana Simona Brambilla, de 59 anos, como prefeita do Dicastério para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, sucedendo ao cardeal brasileiro João Braz de Aviz.
Quem é Simona Brambilla?
Nascida em Monza, Itália, em 27 de março de 1965, Simona Brambilla iniciou sua carreira como enfermeira após obter o diploma em 1986. Em 1988, ingressou no Instituto das Irmãs Missionárias da Consolata, fazendo sua primeira profissão religiosa em 1991. Posteriormente, licenciou-se em Psicologia pelo Instituto de Psicologia da Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma em 1998.
Entre 1999 e 2002, Brambilla atuou como missionária em Moçambique, dedicando-se ao trabalho pastoral e social. De 2002 a 2006, foi professora no Instituto de Psicologia da Pontifícia Universidade Gregoriana. Em 2005, tornou-se conselheira geral do Instituto das Irmãs Missionárias da Consolata, posição que ocupou até 2011. Nesse ano, foi eleita superiora geral do instituto, cargo que exerceu até 2023.
Em outubro de 2023, o Papa Francisco nomeou-a secretária do Dicastério para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, tornando-se a primeira mulher a ocupar essa posição. Agora, como prefeita do mesmo dicastério, Brambilla se torna a primeira mulher a liderar um departamento na Cúria Romana.
O que é um dicastério na Cúria Romana?
No contexto da Igreja Católica, um dicastério é um departamento ou organismo especializado que compõe a Cúria Romana, o corpo administrativo que auxilia o Papa no governo da Igreja universal. Os dicastérios são equivalentes aos ministérios em um governo secular e incluem a Secretaria de Estado, congregações, tribunais eclesiásticos, conselhos, ofícios, comissões e comitês. Cada dicastério é responsável por uma área específica da vida eclesial, exercendo suas funções em nome e com a autoridade do Papa.
A nomeação de Simona Brambilla representa um marco significativo na história da Igreja Católica, refletindo o compromisso do Papa Francisco em promover a inclusão e a participação das mulheres nos mais altos níveis de liderança eclesiástica.
