São cada vez menos os interessados a ir para a polícia ou para a GNR. O número de candidatos nos cursos de formação às forças de segurança caiu mais de 70 por cento, nos últimos 13 anos. Os sindicatos dizem que a culpa é dos ordenados baixos. São vários os concursos para as duas forças de segurança em Portugal que acabam por ficar com vagas por preencher.
Há cada vez menos candidatos aos cursos de formação para agentes da PSP e guardas da GNR. Em 13 anos, o número de interessados em ingressar nas duas forças de segurança baixou mais de 70%: em 2012, no conjunto das duas forças, houve 21.473 candidatos, número que baixou para 6036 em 2024, uma redução de 72%.
Segundo os dados recolhidos pelo jornal Público, em 2012 a Guarda Nacional Republicana registou 10.787 candidatos e a Polícia de Segurança Pública 10.686.
Números bem diferentes dos do ano passado, quando os candidatos à GNR foram cerca de 3.200 e à PSP foram pouco mais de 2.800. E, destes, apenas 664 foram efetivamente aceites na guarda e na polícia foram 528.
Em 2012 houve 21.473 candidatos. No ano passado, em 2024, foram apenas 6.036. Os motivos para esta queda abrupta são justificados, em parte, pela exigência das provas físicas e pela falta de motivação dos candidatos. Há ainda os que ficam pelo caminho com o curso por acabar, aumentando assim a lista de vagas por preencher.
Uma situação difícil tanto para a PSP como para a GNR, que estão cada vez com menos efetivos para cobrir todas as necessidades.
“Tivemos cerca de 2.500 candidatos nos últimos concursos. Há cerca de 10 anos atrás tínhamos para cima de 10 mil candidatos. Atualmente com 2.500 a própria Guarda fica limitada à escolha dos melhores, que às vezes é difícil de encontrar. É preciso aumentar vencimentos e condições”, disse César Nogueira, da Associação dos Profissionais da Guarda.
Exigências há muito pedidas para que não se voltem a repetir episódios como em junho do ano passado, em que algumas instalações policiais tiveram escalas de serviço que não asseguraram patrulhas 24 horas.
Os profissionais pedem assim que a tutela não deixe fugir mais candidatos porque em causa está o futuro da segurança pública.