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Tesla Lidera Aliança para Salvar Marcas Tradicionais de Multas Milionárias na UE

O setor automóvel europeu mobiliza-se diante da rigidez do novo padrão de emissões de CO2 imposto pela União Europeia (UE). Em 2025, as regras do programa CAFE (Corporate Average Fuel Economy) determinarão limites médios de emissões por veículo novo, reduzindo-os de 115,1 gramas de CO2 por quilómetro para apenas 93,6 gramas. Para evitar multas estimadas em até 15 mil milhões de euros, fabricantes como Stellantis, Toyota, Ford, Mazda e Subaru decidiram unir forças à Tesla, empresa de Elon Musk, cujos veículos elétricos possuem emissões nulas

Essa união, cuja intenção foi comunicada à Comissão Europeia, tem como objetivo combinar as emissões de todas as marcas participantes. A liderança da Tesla é essencial, uma vez que os seus veículos elétricos ajudam a reduzir significativamente a média geral de emissões, permitindo que os fabricantes tradicionais se adequem aos limites europeus sem enfrentar penalidades severas.

Alianças desse tipo não são novidade no setor automóvel, mas o atual contexto regulatório adiciona pressão. Segundo a ACEA, a associação europeia da indústria automóvel, para atingir os limites estabelecidos, os veículos elétricos precisarão representar 22% do mercado europeu em 2025, um salto significativo comparado aos 13,4% registrados entre janeiro e novembro de 2024.

A participação da Tesla não é altruísta. De acordo com o UBS, a empresa de Elon Musk pode faturar cerca de 1 bilhão de euros vendendo créditos de emissões aos fabricantes que aderirem à aliança. Este não é o único grupo em formação: Mercedes-Benz, Volvo e Polestar também planejam um consórcio similar, com a Volvo estimando ganhos de até 300 milhões de euros por vender seus créditos de emissão à Mercedes-Benz.

Apesar do alívio financeiro que estas alianças podem proporcionar, as regras e sua implementação provocaram críticas. O CEO da Mazda Espanha, Ignacio Beamud, expressou preocupações: “2025 vai ser um ano complicado. Esta hiper-regulação na União Europeia terá efeitos significativos no setor”.

Já a Renault, embora ainda avalie sua participação em uma aliança, aponta que tais medidas podem enfraquecer a indústria automóvel europeia. “Sem uma posição clara da Comissão Europeia, os fabricantes são forçados a tomar decisões contraproducentes, como a compra de créditos aos concorrentes ou cortes de produção”, afirmou a montadora francesa em comunicado à Reuters.

Fabricantes interessados em aderir à aliança liderada pela Tesla têm até o dia 5 de fevereiro para formalizar seus pedidos junto à Comissão Europeia. Por sua vez, as montadoras Mercedes-Benz, Volvo e Polestar têm até 7 de fevereiro para submeter suas propostas de união.

A busca por conformidade com as normas ambientais traz à tona a necessidade de transformações estruturais no setor. Com a crescente exigência por veículos elétricos e soluções sustentáveis, as alianças entre fabricantes podem moldar o futuro da indústria automóvel europeia – seja por cooperação, seja por competição.

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