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Diretor da PJ Refuta Aumento da Criminalidade Violenta e Sensação de Insegurança em Portugal

O Diretor Nacional da Polícia Judiciária (PJ), Luís Neves, desmentiu a perceção generalizada de que a criminalidade violenta está a aumentar em Portugal, assim como o sentimento de insegurança crescente na sociedade. Durante a sua intervenção na conferência dos 160 anos do Diário de Notícias, realizada em Lisboa, Neves destacou que a crescente sensação de insegurança é, na sua maioria, alimentada pela desinformação, pelo impacto das “fake news” e pelas ameaças híbridas, que distorcem a realidade dos números oficiais da criminalidade.

Luís Neves criticou a ideia de que o país se encontra numa situação de vulnerabilidade extrema no que diz respeito à segurança, e recusou categoricamente a polarização da discussão sobre o tema, que considera exagerada. Para o responsável da PJ, a imagem de um país “sem rei nem roque” na área da segurança é infundada e carece de fundamento. Neves defendeu que, ao contrário do que se possa pensar, os dados estatísticos apontam para uma redução significativa de alguns tipos de crime, incluindo os assaltos a caixas multibanco e a instituições financeiras.

Num discurso que arrancou aplausos da plateia, o diretor da PJ fez referência ao impacto dos meios de comunicação, que frequentemente divulgam notícias relacionadas com crimes de forma repetitiva. De acordo com Luís Neves, esta repetição contribui para criar uma sensação de insegurança na população que não corresponde à realidade, uma vez que, estatisticamente, a criminalidade violenta tem vindo a reduzir-se de forma considerável. O diretor fez questão de recordar períodos anteriores, como os anos 80 e 90, em que o consumo de heroína e a violência em algumas zonas de Lisboa, como Arroios e Intendente, eram comuns, comparando-os com a situação atual para ilustrar que os níveis de insegurança na atualidade são mais baixos do que no passado.

Luís Neves também abordou a questão dos estrangeiros e a sua relação com a criminalidade em Portugal, refutando a ideia de que os imigrantes seriam responsáveis por um aumento significativo da criminalidade. O diretor destacou que, apesar do número de estrangeiros residentes em Portugal ter crescido nos últimos anos, o rácio de detidos proveniente de outros países é “o segundo mais baixo” desde que as estatísticas começaram a ser registadas. No entanto, Luís Neves sublinhou que existem casos de criminalidade organizada, cibercrime e tráfico de estupefacientes em que estão envolvidos estrangeiros, mas estes crimes estão relacionados com redes internacionais e não com a imigração em si.

Além disso, o diretor da PJ fez referência à presença de “mulas” de transporte de droga, geralmente pessoas em situações de vulnerabilidade económica, que acabam presas no país. Embora o número de detidos de origem estrangeira seja muito baixo, Neves alertou que qualquer tipo de criminalidade é preocupante e exige uma reflexão contínua sobre as políticas públicas de segurança e de integração dos imigrantes.

Luís Neves também defendeu a necessidade de um controlo mais rigoroso dos imigrantes, com o objetivo de melhorar as políticas públicas de integração. Para o responsável da PJ, é fundamental que os países de acolhimento saibam quem são os seus residentes, uma vez que a informação atualizada facilita a implementação de políticas de integração mais eficazes, beneficiando tanto o imigrante como a sociedade em geral.

Em conclusão, Luís Neves reafirmou a importância de se combater a criminalidade de forma estruturada e de se dar maior atenção à forma como a informação é transmitida à sociedade, para que a percepção de insegurança não se distorça da realidade.

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