Presidente da Câmara Municipal de Idanha-a-Nova compromete futuro financeiro da autarquia
O Presidente da Câmara de Idanha está prestes a acabar o último mandato, mas, na recta final da sua presidência, quer deixar seguros negócios e contratos do seu interesse. No meio de todas as polémicas e casos judiciais que o envolvem, o último dos quais se traduziu no agravamento da dívida à artista plástica Cristina Rodrigues, que agora ascende a um montante próximo do meio milhão de euros, o presidente da Câmara Municipal de Idanha-a-Nova continua a comprometer para o futuro o equilíbrio financeiro da autarquia.
A pouco mais de meio ano de umas eleições autárquicas, às quais já não se poderá recandidatar, por ter atingido o limite de mandatos, Armindo Jacinto assume elevados compromissos financeiros em nome da autarquia, que se prolongam para lá do termo da sua presidência, e que revestem claramente uma natureza excepcional. É o caso do controverso contrato para aquisição de serviços de seguro para o Cartão Raiano de Saúde, que em anos anteriores foi celebrado pelo prazo de um ano, mas que desta vez entrou em vigor por um período de 24 meses, tendo o seu termo apenas em outubro de 2026, altura em que Jacinto não será mais presidente da Câmara Municipal de Idanha-a-Nova.
Depois de ter sido suscitada a polémica pelo facto de Armindo Jacinto contratar, durante três anos consecutivos, por um valor aproximado de 400 mil euros ano, a aquisição de 8000 mil cartões de saúde, não os distribuindo na sua totalidade, uma vez que a adesão ao respectivo cartão nunca atingiu o valor global de 50%, desta vez o autarca contratou o mesmo número de cartões, mas agora por um prazo de 730 dias.
O preço a pagar agora pela Câmara Municipal de Idanha-a-Nova pela aquisição deste serviço durante o ano de 2025 e 2026 é de 770 mil euros, pagos em oito prestações, a última das quais até 21 meses após a data de início da apólice.
Contactado pelo O Regiões um especialista em finanças locais, o mesmo adiantou não ser razoável este tipo de contratação, «tanto mais que existem contratos anteriores com o mesmo objecto, celebrados por período de tempo inferior, com a agravante deste ter sido realizado na recta final do mandato, o que pode suscitar as maiores reservas, quanto à sua verdadeira intenção», disse.