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Europa Necessita de 300 Mil Militares e 250 Mil Milhões de Euros Anuais para Garantir a Sua Defesa Sem o Apoio dos EUA

A Europa enfrentará desafios significativos se for forçada a assumir sozinha a sua defesa, sem o apoio dos Estados Unidos. Um estudo divulgado pelos think tanks Bruegel e Instituto Kiel aponta que, para garantir a sua segurança sem a assistência americana, a União Europeia e o Reino Unido necessitarão de mobilizar cerca de 300 mil militares e gastar aproximadamente 250 mil milhões de euros anualmente. Este esforço exigiria uma reorganização substancial das capacidades militares europeias, nomeadamente com o aumento do número de forças mecanizadas e blindadas, para substituir as unidades pesadas norte-americanas que atualmente reforçam o continente.

O estudo surge no contexto da crescente incerteza em relação à política externa dos EUA, especialmente após a possível reeleição do republicano Donald Trump, cuja aproximação a Moscovo e a intenção de priorizar acordos que possam pôr fim ao conflito na Ucrânia põem em risco os interesses da NATO e dos países da UE. A análise do Bruegel e do Instituto Kiel sublinha a necessidade urgente de a Europa garantir a sua autonomia defensiva, com uma estratégia de reforço militar que envolve a criação de 50 novas brigadas europeias, além de um aumento considerável na produção de tanques, veículos blindados e munições de longo alcance.

Os custos adicionais com defesa seriam elevados, mas viáveis em termos económicos, representando apenas cerca de 1,5% do PIB da União Europeia – uma percentagem inferior aos custos da pandemia de covid-19. No entanto, o estudo adverte que a falta de coordenação militar entre os países europeus constitui um obstáculo significativo. A análise revela que, em 2024, os países da Europa, incluindo o Reino Unido, possuíam cerca de 1,47 milhões de militares nas suas forças armadas, mas sem um comando unificado capaz de coordenar eficientemente os recursos.

Os especialistas apontam que a segurança coletiva será sempre mais eficiente e menos dispendiosa do que a defesa isolada de cada nação. Nesse sentido, a coordenação mais estreita e a aquisição conjunta de armamentos são essenciais para otimizar os gastos e garantir a defesa de forma mais eficaz. A análise sugere ainda que os 250 mil milhões de euros necessários para este esforço poderiam ser partilhados entre os orçamentos nacionais e da UE, permitindo aquisições substanciais de armamentos e outras despesas militares, sem sobrecarregar excessivamente as finanças dos países membros.
Para financiar o aumento substancial das despesas de defesa, os autores do estudo defendem o recurso a dívida de curto prazo, proposta que já foi utilizada por governos no passado em contextos de expansão militar. A criação de um fundo europeu de 125 mil milhões de euros anuais, durante os próximos cinco anos, permitiria garantir os recursos necessários para reforçar a defesa europeia, sem a necessidade de cortes em áreas críticas como saúde, educação ou assistência social.

Por último, o estudo alerta para os riscos de falhar em tomar ações decisivas e rápidas, recordando o exemplo histórico do Reino Unido na década de 1930, que tentou manter um orçamento equilibrado e evitou grandes investimentos em defesa até que a ameaça da Alemanha nazi fosse demasiado evidente. O Instituto Kiel e o Bruegel destacam a urgência de evitar erros semelhantes, enfatizando que a Europa deve estar preparada para enfrentar as crescentes ameaças externas, especialmente da Rússia, que já está a expandir rapidamente as suas capacidades militares.

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