Uma operação internacional liderada pela Europol, em parceria com a Unidade de Acção Fiscal (UAF) da Guarda Nacional Republicana (GNR), a Guardia Civil espanhola, a Polícia Nacional de Salamanca e a Direção Adjunta de Vigilância Aduaneira (DAVA), desarticulou uma rede criminosa de contrabando de tabaco. Batizada de “FUST/MARTINA”, a acção abrangeu Portugal, Espanha e França, resultando na detenção de nove suspeitos e na apreensão de mais de 6,5 toneladas de tabaco e 77 mil cigarros
A investigação, conduzida ao longo de 18 meses, revelou uma organização com forte estrutura logística. Em Espanha, actuava em cidades como Écija, Burgos, Valladolid, Madrid, Guadalajara, Salamanca e Zamora. Em Portugal, operava nas regiões de Aveiro, Leiria, Lisboa, Beira Baixa, Portalegre e Setúbal. Recentemente, expandiu-se para França, o que acelerou a resposta das autoridades.
Os criminosos adquiriam folhas de tabaco em Itália, processando-as em Espanha com corte, secagem e embalagem. A distribuição ocorria por carrinhas alugadas em Portugal e empresas de transporte em Espanha. Para escapar às autoridades, os locais de armazenamento eram usados por poucos dias. Criptomoedas ajudavam a ocultar os lucros.
Foram realizadas 56 buscas em casas, quintas e armazéns nos dois países. Além do tabaco, as autoridades apreenderam 18 veículos, máquinas de processamento e equipamentos electrónicos, que podem reforçar as provas judiciais.
O contrabando de tabaco gera perdas fiscais avultadas e financia outras actividades criminosas. Esta operação, detalhada por fontes como o Diário de Coimbra, é um duro golpe no mercado ilegal europeu. Pode reduzir a circulação de produtos contrabandeados e fortalecer a segurança nas fronteiras. A cooperação entre países sinaliza um modelo eficaz contra o crime organizado. Novas detenções e investigações podem surgir a partir dos dados apreendidos.