Apesar da diminuição de público no primeiro trimestre de 2025, os cinemas portugueses conseguiram um ligeiro aumento na receita de bilheteira, alcançando 16,7 milhões de euros, o que representa um crescimento de cerca de 51 mil euros em comparação com o mesmo período de 2024.
Os dados divulgados pelo Instituto do Cinema e do Audiovisual (ICA) indicam que, entre janeiro e março de 2025, os cinemas perderam um total de 56.000 espectadores, o que equivale a uma queda de 2,1% face ao ano anterior. No entanto, a receita gerada pela bilheteira foi ligeiramente superior à de 2024, refletindo um crescimento de 0,3%, embora a audiência tenha apresentado uma tendência de declínio.
O aumento de receitas foi impulsionado principalmente pelo excelente desempenho de janeiro, que registou o melhor mês de janeiro em termos de receitas desde 2016. O mês de janeiro de 2025 gerou 6,8 milhões de euros, superando em 1,6 milhões de euros o desempenho do mesmo mês em 2024. Contudo, nos meses subsequentes, fevereiro e março, a audiência caiu abaixo dos 800 mil espectadores por mês, o que acabou por impactar negativamente o total de espectadores no trimestre.
O filme mais visto no período foi a produção brasileira “Ainda Estou Aqui”, de Walter Salles, que conquistou 374.811 espectadores e gerou 2,5 milhões de euros em receita de bilheteira. Em termos de produções portuguesas, o filme “On Falling”, de Laura Carreira, estreado apenas no final de março, foi o mais visto, com 3.323 espectadores e uma receita bruta de 20.444 euros.
Embora os filmes de produção portuguesa tenham tido uma performance mais modesta no primeiro trimestre, com 17.265 espectadores e 68.230 euros de receita, isso representa apenas uma quota de mercado de 0,7% e 0,4%, respetivamente. No entanto, entre os filmes que tiveram coprodução nacional figuram títulos internacionais como “Nome”, de Sana Na N’Hada, “O Império”, de Bruno Dumont, e “Misericórdia”, de Alain Guiraudie, que tiveram alguma visibilidade nas salas de cinema.
A Nos Lusomundo Cinemas, líder no mercado português com 218 salas de cinema, manteve a sua posição dominante, com uma receita de bilheteira de 10,9 milhões de euros no primeiro trimestre. Contudo, a empresa registou uma diminuição de 2,6% na comparação com o mesmo período do ano passado. Em termos de audiência, a Nos Lusomundo deteve 62,5% do mercado, com um total de 1,6 milhões de bilhetes vendidos, uma queda de 4,2% em relação ao primeiro trimestre de 2024.
Apesar do declínio no número de espectadores, o setor cinematográfico português conseguiu equilibrar as perdas com um desempenho financeiro positivo, o que sugere uma recuperação gradual da indústria, embora o público continue a preferir os filmes mais populares e as grandes produções internacionais.