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Merz Enfrenta Trump e Propõe Pacto Comercial Histórico para Evitar Nova Crise Global

Berlim reage com alarme à nova vaga de tarifas dos EUA. Chanceler alemão defende pacto transatlântico com tarifas zero e promete resposta firme da Europa.

O futuro chanceler da Alemanha, Friedrich Merz, lançou este sábado um sério alerta sobre o risco crescente de uma nova crise financeira global, apontando o dedo diretamente à política comercial agressiva da administração norte-americana liderada por Donald Trump. Em entrevista ao jornal económico Handelsblatt, o líder conservador apelou a um esforço europeu coordenado para responder com firmeza e avançar com um novo pacto de comércio livre entre a Europa e os Estados Unidos.

“As políticas do presidente Donald Trump aumentam o risco de a próxima crise financeira ocorrer mais cedo do que o previsto. Nós, europeus, temos de dar uma resposta convincente”, declarou Merz, a menos de um mês de assumir oficialmente a chefia do Governo alemão.

A economia europeia, e em particular a alemã, tem sofrido impactos severos com as tarifas impostas por Washington sobre produtos estratégicos como o aço, o alumínio e os automóveis. Embora Trump tenha suspendido temporariamente as sobretaxas punitivas sobre 60 parceiros comerciais, muitas outras taxas continuam em vigor, penalizando duramente os exportadores alemães — sobretudo a poderosa indústria automóvel.

Proposta de um novo acordo transatlântico

Face ao atual impasse, Friedrich Merz apresentou uma proposta ambiciosa: um novo acordo de comércio livre transatlântico, que elimine totalmente as tarifas aduaneiras entre a União Europeia e os Estados Unidos. “Espero que seja celebrado um novo acordo de comércio livre transatlântico, com 0% de tarifas sobre tudo”, afirmou o chanceler designado.

Merz lamentou que as negociações anteriores para um tratado semelhante tenham fracassado e defendeu uma abordagem pragmática, centrada em interesses mútuos. Para facilitar o diálogo, mostrou-se disponível para aumentar as importações de matérias-primas provenientes dos EUA, incluindo gás natural liquefeito, respondendo assim a uma das exigências centrais da Casa Branca.

Alemanha em terreno instável

Após se libertar da dependência energética do gás russo — uma decisão estratégica tomada na sequência da invasão da Ucrânia por Moscovo em 2022 —, a Alemanha entrou numa fase de grande fragilidade económica. A maior economia europeia enfrentou duas recessões consecutivas e, segundo analistas, aproxima-se perigosamente da estagnação.

Merz, que sucederá oficialmente a Olaf Scholz a 6 de maio, quer aproveitar a sua primeira visita oficial a Washington para demonstrar que “a Europa é uma entidade política capaz de agir e pronta a fazê-lo, que defende os seus interesses e valores com confiança”. A data do encontro com Donald Trump ainda não foi anunciada, mas Berlim pretende enviar um sinal claro de unidade europeia.

Com o plano norte-americano de negociar 90 acordos comerciais em 90 dias a provocar inquietação nos mercados e nas capitais europeias, a iniciativa de Merz surge como um apelo urgente à reconstrução de pontes económicas entre os dois lados do Atlântico — antes que os danos se tornem irreparáveis.

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