A Procuradoria-Geral da República (PGR) confirmou esta terça-feira a abertura de uma averiguação preventiva ao secretário-geral do Partido Socialista (PS), Pedro Nuno Santos. A investigação surge na sequência de informações relativas à aquisição de dois imóveis, um localizado em Lisboa e outro em Montemor-o-Novo.
De acordo com fonte oficial da PGR, trata-se de uma fase inicial e exploratória, sem a constituição de arguidos, tendo como objetivo a recolha de elementos que permitam avaliar a existência ou não de indícios de ilícitos criminais.
Os imóveis em questão, cujas condições de compra e eventual valorização patrimonial levantaram dúvidas públicas, motivaram pedidos de esclarecimento por parte de partidos da oposição e de diversos comentadores políticos. A pressão mediática intensificou-se nos últimos dias, levando o Ministério Público a avançar com diligências preliminares.
Pedro Nuno Santos, que assumiu a liderança do PS no início do ano, ainda não reagiu oficialmente à abertura da averiguação. No entanto, fontes próximas do dirigente socialista garantem que todas as aquisições foram feitas de forma transparente, com os devidos registos legais e declarações às autoridades competentes.
A PGR sublinha que a averiguação preventiva não implica suspeitas concretas, mas visa clarificar os factos e afastar ou confirmar eventuais irregularidades. Esta figura jurídica tem sido cada vez mais utilizada em casos de elevada exposição pública, permitindo ao Ministério Público atuar de forma célere perante factos que, embora ainda não sustentem uma investigação formal, justifiquem verificação.
O caso poderá marcar de forma decisiva o início do mandato de Pedro Nuno Santos à frente do PS, num momento em que o partido procura reposicionar-se após a derrota nas últimas legislativas. Nos bastidores, vários dirigentes socialistas já expressaram preocupação com o impacto político da averiguação.