O ministro das Infraestruturas e Habitação, Miguel Pinto Luz, acusou esta quarta-feira o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, de proferir declarações preocupantes, marcadas por imprecisão e falta de fundamentação, sobretudo em temas como a TAP, a CP e a habitação. Segundo o dirigente social-democrata, o líder socialista tem construído uma narrativa que omite responsabilidades e distorce factos recentes da governação do Partido Socialista.
“Nos últimos tempos temos assistido a um crescente número de declarações por parte de Pedro Nuno Santos que suscitam preocupação quanto à sua precisão e fundamentação”, afirmou Pinto Luz, alertando para a necessidade de um discurso político baseado em dados concretos e honestidade intelectual.
Pinto Luz criticou o que considera ser uma tentativa do líder do PS de se descolar das consequências de oito anos de governação socialista, ao mesmo tempo que procura apropriar-se dos sucessos atribuídos a outros agentes, como os trabalhadores das empresas públicas e os contribuintes.
O ministro acusou Pedro Nuno Santos de reclamar para si os méritos na construção das 26 mil casas previstas no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), esquecendo ou omitindo que o Governo do PS deixou o projeto suborçamentado. “Não se pode esconder que essas casas ficaram aquém do necessário devido à má preparação e subfinanciamento que herdámos”, vincou.
No caso da TAP, Pinto Luz sublinhou que o líder socialista insiste em afirmar que colocou a companhia aérea a gerar lucro, sem reconhecer o papel determinante dos trabalhadores e da enorme injeção de capital feita pelo Estado. “Quem verdadeiramente salvou a TAP foram os portugueses, com mais de 3,2 mil milhões de euros dos seus impostos”, apontou.
Relativamente à CP, o governante foi igualmente incisivo. Lembrou que os lucros da empresa resultam sobretudo do esforço dos trabalhadores e das verbas públicas utilizadas para liquidar a dívida histórica da transportadora ferroviária. “Não se trata de uma vitória individual, mas sim coletiva, sustentada por milhões dos contribuintes”, declarou.
Para Pinto Luz, esta atitude revela uma tentativa de manipulação da narrativa política.
“Pedro Nuno Santos apresenta uma versão da realidade moldada ao sabor das circunstâncias e das sondagens, o que fragiliza a confiança dos cidadãos”, disse.
O ministro reiterou que a Aliança Democrática (AD) não recorre a truques nem a ilusões. “Subimos o rendimento das famílias portuguesas e baixámos o IRS, de forma real e transparente. Quem afirma o contrário, falta à verdade”, assegurou.
Justificou ainda os valores inferiores recebidos por alguns contribuintes nos reembolsos do IRS, explicando que tal decorre do facto de o Estado ter retido menos ao longo do ano. “Não há cartas escondidas. A descida do IRS é real e beneficiou diretamente os portugueses”, insistiu.
Por fim, Pinto Luz apelou a uma campanha eleitoral assente numa discussão séria e positiva. “Queremos comparar ideias, programas e lideranças, para que o país saia a ganhar. Ao fim do dia, o que está em causa é o bem-estar dos portugueses e das portuguesas”, concluiu.