Após a demissão de Pedro Nuno Santos, o Partido Socialista (PS) inicia a busca por um novo secretário-geral. José Luís Carneiro e Alexandra Leitão surgem como nomes fortes, apoiados por diferentes facções, na sequência da derrota nas legislativas de 18 de maio de 2025.
A perda de votos nas eleições de 2025, onde o PS obteve apenas 58 deputados, igualando o Chega, marcou o fim da liderança de Pedro Nuno Santos. Comparado com 2024, o partido sofreu um declínio significativo, exigindo renovação. Seguem-se os potenciais sucessores e as mudanças eleitorais.
Potenciais Sucessores à Liderança do PS
● José Luís Carneiro
○ Ex-ministro da Administração Interna e ex-secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, Carneiro foi opositor de Pedro Nuno Santos. Figura de centro-esquerda, com forte apoio no Norte e experiência governativa, é apontado para atrair moderados e unificar o partido.
● Alexandra Leitão
○ Candidata do PS à Câmara Municipal de Lisboa, foi ministra da Modernização do Estado e da Administração Pública no governo de António Costa. Mulher e académica, representa renovação e conta com apoio na capital, fortalecendo a sua candidatura.
● Duarte Cordeiro
○ Ex-secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares e ex-ministro do Ambiente e da Ação Climática, é uma figura querida no PS. Visto como continuidade dos governos de Costa, o seu perfil pode estabilizar o partido, embora a ligação ao passado seja uma possível fragilidade.
● Fernando Medina
○ Ex-ministro das Finanças e ex-presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Medina tem um currículo sólido. A sua gestão financeira é uma vantagem, mas críticas a medidas económicas podem dividi-lo entre apoiantes e detractores no partido.
● Sérgio Sousa Pinto
○ Ex-deputado e ex-líder da Juventude Socialista, é uma voz moderada e comentador político conhecido. A visibilidade mediática é um trunfo, mas a falta de experiência executiva recente pode limitar a sua candidatura.
● Carla Tavares
○ Presidente da Câmara Municipal da Amadora desde 2013, foi vice-presidente entre 2002 e 2013 e deputada entre 1999 e 2002. A sua experiência autárquica e parlamentar traz uma perspectiva distinta, podendo surpreender na disputa.
Mudanças de Votos do PS: 2024 vs. 2025
Nas legislativas de 2025, o PS perdeu terreno face a 2024, com uma quebra geral de cinco por cento nos votos. As principais variações demográficas e etárias foram:
● Faixa Etária: Perda de dez por cento entre jovens (18-34 anos), devido à insatisfação com a crise económica. Entre os mais velhos (55+ anos), a queda foi de dois por cento, mantendo o apoio tradicional.
● Género: O apoio feminino caiu três por cento; o masculino, sete por cento, reflectindo maior descontentamento entre homens.
● Região: Em áreas urbanas, como Lisboa (menos oito por cento) e Porto (menos seis por cento), o PS perdeu força. Nas zonas rurais, a queda foi de um por cento, beneficiando de políticas regionais.
As críticas às políticas de austeridade e à gestão económica, aliadas à percepção de distanciamento das bases, explicam o recuo. A renovação é considerada essencial.
O PS enfrenta um momento crucial. O novo líder terá de unir o partido e reconquistar eleitores, especialmente jovens e urbanos, para inverter a tendência de 2025 e reforçar a posição do partido no futuro.