Os proprietários florestais fizeram um novo pedido de prolongamento de prazo para limpeza de terrenos: chuva criou “mais dificuldades”. O líder da Federação Nacional das Associações de Proprietários Florestais pede uma “decisão técnica e não política” e sublinha que a chuva “atrasou” o processo de limpeza
A Federação Nacional das Associações de Proprietários Florestais (FNAPF) vai pedir ao Governo que prolongue por mais 15 dias o prazo para a limpeza dos terrenos, que termina já este sábado (31 de maio). Números da GNR enviados ao jornal Público indicam que até abril havia mais de 11 mil terrenos por limpar, sendo que os distritos de Leiria e Bragança seriam os mais afetados.
Em declarações à TSF, o presidente da (FNAPF), Luís Damas, reconhece que a limpeza dos terrenos está “atrasada”, mas garante que existem “várias” razões: como choveu “até muito tarde”, há ainda muitas zonas em que os “meios mecânicos ficam atascados”, e isso fez com que as ervas, “que têm de ser limpas dos 10 metros nas estradas, nos 100 metros dos aglomerados e 50 metros das casas”, crescessem muito.
“Há, por isso, mais dificuldades em fazer essa operação e os meios disponíveis — tanto humanos como mecânicos — não estão disponíveis no mercado para um período tão curto. Neste momento ainda temos os materiais muito verdes, com muita humidade, sem risco de incêndio”, explica.
Luís Damas adianta, por isso, que a FNAPF vai fazer um “novo pedido” para que o prazo seja novamente adiado para 15 de junho e sublinha que, quem já cumpriu esta obrigação, agora vê-se obrigado a repetir o processo porque, entretanto, “as ervas já rebentaram e nasceram, acima do que a lei determina”.
O líder da FNAPF admite que “o medo de estender o prazo” por parte do Governo possa estar relacionado com a possibilidade de ocorrer, entretanto, “algum incêndio”, mas defende que esta devia ser uma “decisão técnica e não política”, até porque existem meios para que seja feita uma atualização semanal do ponto de situação.
“Alguém dizia assim: ‘Num ano como este não há perigo de risco de incêndio até uma certa data.’ E iam atualizando semana a semana, se se podia prolongar ou encurtar o prazo. O Governo e o Estado têm meios técnicos — ICNF e a Proteção civil — para saberem se esse adiamento podia ser mais estendido ou mais encurtado à medida que as condições iam evoluindo”, sugere.