O ex-deputado do Chega, Miguel Arruda, vai ser ouvido no próximo dia 3 de julho no Tribunal Central de Instrução Criminal de Lisboa. Esta será a primeira vez que o antigo parlamentar responde perante o juiz no âmbito do processo criminal que levou à sua saída do partido liderado por André Ventura, em janeiro deste ano.
Arruda é suspeito de ter cometido furtos qualificados e crimes contra a propriedade. As acusações referem-se ao alegado furto de malas de passageiros nos tapetes de bagagens do aeroporto de Lisboa, em momentos coincidentes com as suas deslocações a partir dos Açores, no início das semanas de trabalhos parlamentares. A suspeita é que Miguel Arruda terá aproveitado a movimentação habitual nestes locais para apropriar-se indevidamente de bagagens alheias.
O ex-deputado foi formalmente constituído arguido a 21 de janeiro, após a realização de buscas pela PSP nas suas residências em Lisboa e na ilha de São Miguel. Seis dias depois, a 27 de janeiro, a investigação levou a buscas adicionais no seu gabinete parlamentar.
Ainda no final de janeiro, o Tribunal Central solicitou à Assembleia da República o levantamento da imunidade parlamentar de Miguel Arruda, medida que foi aprovada pela Comissão Parlamentar da Transparência. Nessa altura, o deputado já não integrava a bancada do Chega, encontrando-se como não inscrito.
A audição da próxima semana marca uma nova fase neste processo judicial, que poderá esclarecer as circunstâncias e responsabilidades envolvidas nos crimes em investigação. O desfecho poderá ter implicações relevantes tanto a nível pessoal como político para o ex-parlamentar.