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Netanyahu Pressiona por Ocupação Total de Gaza e Entra em Rutura com Chefia Militar

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, convocou com carácter de urgência o gabinete de segurança para discutir o avanço de uma ocupação total da Faixa de Gaza, numa decisão que está a provocar um confronto direto com as chefias militares e a gerar profunda tensão interna no Governo israelita.

A confirmação da reunião partiu de fontes oficiais do gabinete do primeiro-ministro à agência EFE, sendo posteriormente corroborada por meios de comunicação israelitas. De acordo com um comunicado a que a EFE teve acesso, o encontro visa discutir “a continuação dos combates e a sua expansão para áreas onde se teme a presença de reféns”.

Durante uma conferência com a imprensa israelita, o porta-voz de Netanyahu proferiu declarações que marcaram um ponto de rutura: “A sorte está lançada: ocuparemos completamente a Faixa de Gaza”, afirmou. E deixou um aviso contundente ao Chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, Eyal Zamir: “Se não concordar, deverá demitir-se.”

Estas palavras foram divulgadas pelo jornal Yedioth Ahronoth, que dá conta da crescente divisão entre o executivo e a liderança militar, a qual se mostra fortemente contrária à realização de operações em zonas onde se acredita estarem reféns palestinianos. Segundo fontes militares citadas pelo The Times of Israel, há receio real de que os reféns sejam executados pelas milícias palestinianas à medida que o exército avança, como terá acontecido com seis reféns no final de Agosto de 2024.

Perante o escalar da tensão, o Chefe do Estado-Maior cancelou uma visita oficial aos Estados Unidos, prevista para esta semana. Em resposta ao clima de instabilidade, o Exército anunciou, através de um comunicado, o fim da extensão do serviço obrigatório para as tropas terrestres regulares, uma medida em vigor até 2025. Segundo o comunicado militar, o objetivo passa por “dar algum alento aos soldados”, exaustos após dois anos de combates intensos em vários setores.

Apesar da postura inflexível do primeiro-ministro, fontes próximas do executivo garantem que a reunião do gabinete de segurança ainda decorre, e que a decisão final sobre o rumo da ofensiva não está encerrada.

Enquanto os corredores do poder israelita vivem horas decisivas, o país autorizou novamente a entrada controlada de mercadorias privadas na Faixa de Gaza, uma região assolada por escassez extrema de bens essenciais. O organismo do Ministério da Defesa responsável pela administração civil do território palestiniano (Cogat) anunciou a implementação de “um mecanismo gradual e supervisionado para retomar a entrada de bens”.

Segundo o Cogat, esta medida procura reforçar o fluxo de ajuda humanitária e reduzir a dependência das operações da ONU e de organizações internacionais, numa altura em que a população gazense enfrenta níveis alarmantes de fome.

A possível ocupação total da Faixa de Gaza, anunciada num momento de fragilidade humanitária e de instabilidade regional, poderá representar uma mudança radical na estratégia militar de Israel e abrir uma nova fase do conflito, com implicações imprevisíveis tanto no terreno como na arena diplomática internacional.

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