N’OREGIÕES fizemos as contas para evitar o cenário dantesco que Portugal vive, sob o jugo dos incêndios. Bastava uma Frota de Drones para Vigilância Aérea e Prevenção de Incêndios Florestais: Voariam 24 horas, sete dias por semana, e criariam mais de 500 empregos. A resposta dos bombeiros e da protecção civil seria quase imediata, com coordenadas geográficas exactas
Se quiser, pense que 122,6 milhões de euros é um valor menor do que o clube Atlético de Madrid pagou pelo jogador João Félix ao Sport Lisboa e Benfica (€127 milhões em 2019).
Em 2017 os prejuízos chegaram ao mil milhões de euros, cinco vezes mais do que este investimento em prevenção.
Mas Portugal não está a considerar este investimento na modernização dos seus meios de vigilância aérea. O objectivo seria o de reforçar a prevenção e detecção precoce de incêndios florestais. O plano envolveria a aquisição de uma frota de 336 drones DJI Matrice 300 RTK equipados com câmaras térmicas Zenmuse H20T, com um custo total estimado de €122,6 milhões para um período de 5 anos, incluindo uma margem de segurança de 20 por cento para imprevistos. Veja agora, de forma clara, as nossas contas, para que possa confirmar toda a informação:
Modelos de Drones e Área Coberta
Os drones seleccionados são reconhecidos pela sua robustez e capacidade de operar em condições adversas. Cada unidade possui:
- Autonomia de voo: até 55 minutos por bateria.
- Raio de operação: até 15 km.
- Equipamento: câmara visual 4K e câmara térmica para detecção de focos de calor.

Com uma área de cobertura de aproximadamente 89.015 km² em Portugal continental, a frota permitiria uma vigilância constante, com sobreposição de turnos para garantir cobertura 24/7.
Custos Detalhados
- Amortização da Frota
- Custo unitário por drone: €30.850
- Custo total da frota: €10.358.600
- Amortização mensal: €172.643
- Amortização total em 5 anos: €10.358.600
- Seguros dos Drones
- Seguro anual por drone: €462,75
- Custo total anual: €155.364
- Custo total em 5 anos: €776.820
- Custo mensal: €12.947
- Software e Hardware Especializado
- Software de gestão de frota e vigilância aérea: €5.000/mês
- Hardware adicional (estações de controlo, servidores, monitores, comunicações): €1.500/mês
- Custo mensal total: €6.500
- Custo total em 5 anos: €390.000
- Recursos Humanos e Energia
- Operadores de drone: €1.260.000/mês
- Treino de pilotos: €84.000/mês
- Pessoal de terra: €112.000/mês
- Engenheiros de manutenção: €49.000/mês
- Consumo de energia: €5.040/mês
- Custo mensal total: €1.510.040
- Custo total em 5 anos: €90.602.400
- Margem de Segurança
- Valor adicional: €20.425.560
- Custo total ajustado: €122.553.360
Empregos Criados
A implementação deste plano geraria uma quantidade significativa de postos de trabalho:
- Operadores de drone: 504 (3 turnos diários para 336 drones)
- Pessoal de terra: 56
- Engenheiros de manutenção: 14
- Total de empregos directos: 574
Além disso, haveria a necessidade de formação contínua e suporte logístico, ampliando o impacto económico do projecto.
Bastam umas migalhas do Orçamento de Estado
O Orçamento de Estado para 2024 prevê uma despesa total de €93,1 mil milhões . O investimento de €122,6 milhões representaria aproximadamente 0,13% do total das despesas previstas.
Para contextualizar, este valor é comparável a:
- Custo de construção de pontes ou edifícios públicos: projetos de infra-estrutura de grande escala frequentemente apresentam custos na ordem das dezenas de milhões de euros.
- Gastos com campanhas eleitorais: As campanhas eleitorais nacionais podem envolver orçamentos significativos, que ultrapassam o dobro deste custo, se somarmos todos os partidos, num ano com três actos eleitorais.
- Aquisição de equipamentos para forças de segurança: investimentos em tecnologia e equipamentos para forças de segurança também podem atingir valores semelhantes.
Exemplos de Implementação em Outros Países
Diversos países europeus têm adoptado drones equipados com câmaras térmicas para vigilância e prevenção de incêndios florestais:
- Grécia: Utiliza drones para monitorização de áreas florestais e resposta a incêndios.
- França: Implementou sistemas de vigilância aérea com drones para detecção precoce de focos de incêndio.
- Espanha: Emprega drones em conjunto com outras tecnologias para monitoramento de áreas susceptíveis a incêndios.
Comparação com o pior ano
O investimento em drones DJI Matrice 300 RTK + H20T para vigilância aérea representa uma estratégia moderna e eficaz para a prevenção de incêndios florestais em Portugal. Embora o custo inicial seja significativo, os benefícios em termos de segurança, protecção ambiental e criação de empregos justificam a consideração deste projecto como uma prioridade nacional.
Os incêndios de 2017, em Portugal, tiveram um impacto económico significativo, com perdas totais estimadas superiores a mil milhões de euros, dos quais somente 244 milhões estavam cobertos por seguros. No sector da habitação, mais de 500 casas foram destruídas ou danificadas, resultando em prejuízos de cerca de 500 milhões de euros. Cerca de 800 empresas foram afectadas, gerando perdas aproximadas de 275 milhões de euros. A agricultura e a silvicultura sofreram com a destruição de áreas produtivas, afectando directamente a economia local, enquanto o sector do turismo registou uma diminuição da atractividade das regiões afectadas, impactando negativamente a actividade turística. A destruição de infra-estruturas públicas e privadas contribuiu para o aumento dos custos de recuperação. No sector de seguros, este evento foi considerado o desastre natural mais caro na história do país, com indemnizações superiores a 240 milhões de euros.
Os impactos ambientais também foram severos. Mais de 500.000 hectares de floresta e áreas agrícolas foram consumidos pelo fogo, resultando na destruição de habitats naturais e na perda significativa de biodiversidade. A queima da vegetação expôs o solo à erosão e afectou a qualidade da água em várias regiões.
Em resposta a estes acontecimentos, foram implementados o Plano Nacional de Gestão Integrada de Fogos Rurais (PNGIFR) e criada a Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais (AGIF), para coordenar acções de prevenção e resposta. Paralelamente, foram intensificadas campanhas de sensibilização e medidas de prevenção, e realizados investimentos na melhoria das infra-estruturas e equipamentos de combate a incêndios, visando reduzir o risco e mitigar futuros impactos.