A SATA Air Açores anunciou este sábado que vai avançar com uma ação judicial para ser ressarcida dos prejuízos sofridos após ter sido impedida de operar na sexta-feira, dia 15 de Agosto, devido à greve dos trabalhadores do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), que afetou gravemente as ligações interilhas nos Açores.
De acordo com um comunicado emitido pela transportadora regional açoriana e enviado à agência Lusa, a paralisação dos trabalhadores do IPMA resultou no cancelamento de 42 voos da companhia, afetando cerca de 3.000 passageiros.
A empresa sublinhou que a situação comprometeu seriamente a mobilidade dos açorianos, com impacto direto no acesso a serviços essenciais, como cuidados de saúde, e que foram postas em causa obrigações básicas de serviço público.
“A administração do grupo SATA vai agir judicialmente para ser ressarcida dos prejuízos causados por esta greve e pelo não cumprimento dos serviços mínimos”, referiu a companhia no comunicado.
Segundo a transportadora, no dia 8 de Agosto, a presidência do IPMA garantiu que os serviços mínimos seriam assegurados durante o período de greve. No entanto, segundo a SATA, essa promessa não foi cumprida, colocando a empresa numa posição de fragilidade operacional e impedindo a adoção de medidas preventivas.
“A situação é particularmente grave não só pelo incumprimento dos serviços mínimos, mas também porque impediu a companhia de adotar medidas preventivas adequadas, dado que o IPMA não informou em tempo útil que os serviços mínimos não seriam efetivamente cumpridos”, sublinhou a administração da SATA.
A SATA Air Açores é a companhia responsável pelas ligações aéreas entre as nove ilhas do arquipélago, sendo considerada essencial para garantir a coesão territorial e a resposta a necessidades básicas das populações insulares.
Apesar dos constrangimentos, a empresa informou que está a envidar todos os esforços para repor a normalidade da operação. Durante este sábado, foram programados vários voos extraordinários com o objetivo de minimizar os impactos sobre os passageiros afetados.
A paralisação dos trabalhadores do IPMA, integrada num protesto nacional, tem causado interrupções em diversos setores. Nos Açores, a dependência da aviação para deslocações entre ilhas acentuou ainda mais as consequências da greve, que já está a gerar tensão institucional entre entidades públicas.
A SATA defende agora a responsabilização do IPMA e o apuramento de responsabilidades legais, com a intenção de recuperar os danos financeiros e operacionais provocados por uma falha que considera inaceitável.