Sete universidades portuguesas figuram no Academic Ranking of World Universities (ARWU) 2025, mais conhecido como Ranking de Xangai, divulgado esta Terça-feira, 19 de Agosto. A principal novidade é a entrada da Universidade da Beira Interior entre as mil melhores instituições mundiais.
A Universidade de Lisboa e a Universidade do Porto lideram a presença nacional, mantendo-se entre as posições 201-300, a melhor classificação alcançada por Portugal. Sega-se a Universidade de Aveiro (401-500), a Universidade de Coimbra e a Universidade do Minho (501-600), a Universidade Nova de Lisboa (701-800) e, pela primeira vez, a Universidade da Beira Interior (901-1000).
Estabilidade das posições nacionais
Comparando com 2024, não se registaram subidas ou descidas entre as seis instituições já presentes na lista. Lisboa e Porto consolidam a sua posição no topo do panorama português, enquanto Aveiro, Coimbra, Minho e Nova de Lisboa mantêm as faixas anteriores.
O destaque recai sobre a entrada da Universidade da Beira Interior (UBI), sediada na Covilhã, que surge pela primeira vez no ranking internacional. Este reconhecimento eleva para sete o número de instituições nacionais entre as mil melhores, sinalizando uma diversificação da representação geográfica do ensino superior português.
Consistência e desafios futuros
A presença portuguesa demonstra estabilidade e consistência na qualidade académica e científica, mas também revela a dificuldade em subir para patamares mais elevados no ranking global. Especialistas contactados sublinham que a valorização de indicadores ligados à investigação científica e à produção em revistas de prestígio continua a ser o principal desafio.
Segundo dados da Shanghai Ranking Consultancy, a classificação é baseada em critérios como prémios Nobel e Medalhas Fields atribuídos a antigos alunos ou docentes, artigos publicados em revistas científicas de referência, citações de investigação e desempenho académico per capita.
Contexto europeu e internacional
No quadro europeu, Portugal integra o grupo de países com mais de cinco instituições no top 1000, reforçando a sua relevância regional. Apesar disso, o ranking continua dominado por universidades norte-americanas e chinesas, confirmando a centralidade destes dois blocos na investigação e inovação globais.
Mundialmente, o pódio permanece inalterado: Harvard ocupa o primeiro lugar pelo vigésimo terceiro ano consecutivo, seguida por Stanford e pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT). Entre as europeias, Cambridge (4.ª) e Oxford (5.ª) mantêm a liderança, garantindo ao Reino Unido uma presença destacada no ensino superior internacional.
Sinal positivo para o interior do país
A entrada da Universidade da Beira Interior assume particular importância para o equilíbrio territorial, reforçando a visibilidade de uma instituição localizada fora dos grandes centros urbanos de Lisboa e Porto. Para as autoridades locais, este resultado poderá contribuir para atrair estudantes, investigadores e projectos de cooperação internacional para a região da Beira Interior.
O desempenho nacional no ARWU 2025 reflecte, assim, um panorama de consolidação, mas também um alerta para a necessidade de reforçar políticas públicas de apoio à investigação científica e à internacionalização das universidades portuguesas.