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Greves prolongadas ameaçam aeroportos nacionais até 2026: Sindicato dos Transportes junta-se à paralisação da Menzies

O Sindicato dos Transportes (ST) anunciou um pré-aviso de greve que abrangerá os trabalhadores da empresa Menzies Aviation (antiga Groundforce) em todos os aeroportos nacionais, com início a 3 de setembro de 2025 e término previsto a 2 de janeiro de 2026. Esta ação junta-se à paralisação já anunciada pelo Sindicato das Indústrias Metalúrgicas e Afins (SIMA), elevando a tensão no setor da assistência em escala.

Em comunicado enviado à comunicação social, o ST afirma ter tentado evitar este desfecho através de propostas que considera “credíveis e construtivas”, negociadas nas últimas semanas com a entidade patronal. No entanto, acusa a Menzies e a administração da TAP, acionista da empresa, de recusarem qualquer solução viável. O sindicato revela ter mesmo cancelado greves anteriores como sinal de boa fé, sem que isso resultasse em qualquer avanço ou reconhecimento por parte da empresa.

“Não nos resta outra solução senão voltar à luta”, declara o sindicato, sublinhando o descontentamento generalizado entre os trabalhadores, que continuam sujeitos a condições laborais que considera indignas. Entre os principais motivos de protesto, destacam-se os salários abaixo do mínimo nacional, o não pagamento de componentes remuneratórias em atraso, a ausência de pagamento de horas noturnas e a violação de compromissos assumidos em acordos anteriores.

O sindicato insiste que há trabalhadores com vencimentos base inferiores ao salário mínimo nacional, atualmente fixado em 870 euros. Esta situação, conforme destaca o comunicado, já foi considerada ilegal pela própria TAP, através de uma comunicação enviada à SPdH/Menzies. O ST denuncia ainda o desrespeito por direitos adquiridos, como o acesso ao estacionamento, e exige o cumprimento integral do memorando de entendimento previamente assinado.

O calendário de paralisações prevê períodos sucessivos de greve, com incidência em dias de elevado movimento nos aeroportos, como fins de semana prolongados, o Natal e o Ano Novo. As datas inicialmente anunciadas estendem-se desde 3 até 9 de setembro, seguindo-se novas greves de 12 a 15, de 19 a 22 e de 26 a 28 do mesmo mês.

Outubro trará mais cinco períodos de paralisação: de 3 a 6, de 10 a 13, de 17 a 20, de 24 a 27 e de 31 até 3 de novembro. Durante o mês de novembro, as greves estão previstas para os dias 7 a 10, 14 a 17, 21 a 24 e 28 a 1 de dezembro. Em dezembro, haverá paragens entre 5 e 8, 12 e 15, culminando com a greve final de 19 de dezembro até 2 de janeiro de 2026.

Apesar do impacto potencial nas operações aeroportuárias, o ST assegura que os trabalhadores garantirão os serviços essenciais à segurança e à manutenção dos equipamentos e instalações. Segundo fonte sindical, cerca de 4% dos 3.600 trabalhadores da Menzies estão abrangidos por este pré-aviso.

A empresa, por sua vez, reafirma que o cancelamento das greves anteriores não resultou de qualquer acordo ou concessão, mantendo inalterada a sua posição e recusando alterações aos compromissos já assumidos até 2029.

A continuidade do impasse entre os sindicatos e a entidade patronal poderá provocar graves perturbações nos serviços aeroportuários durante os próximos meses, numa altura em que o setor atravessa um período de elevada procura devido ao regresso das viagens em força após o verão.

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