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Incêndios ativos em Piódão, reacendimentos no Fundão e Pedrógão

O incêndio em Piódão, no concelho de Arganil, mantém-se activo esta manhã com mais de mil operacionais, enquanto reacendimentos no Fundão e em Pedrógão Grande agravam o cenário. Medidas preventivas estão em vigor desde a madrugada em várias frentes.

 

O distrito de Castelo Branco enfrenta hoje um dos cenários mais delicados da actual época de incêndios. No concelho do Fundão, o reacendimento das chamas em Alpedrinha e Castelo Novo obrigou ao corte da Autoestrada 23 entre os nós de Fundão Sul e Castelo Novo, bem como da Estrada Nacional 18. A interrupção destas vias essenciais ao trânsito regional criou fortes constrangimentos, com longas filas de veículos desviados para estradas secundárias. Populações locais descrevem momentos de apreensão, já que as chamas voltaram a aproximar-se das encostas da serra da Gardunha, região conhecida pela produção agrícola e pelo património histórico.

Os reacendimentos surgiram em áreas já consideradas estabilizadas durante a semana, revelando a dificuldade do dispositivo em garantir o rescaldo em terrenos íngremes e densamente arborizados. Bombeiros relatam que o vento irregular provocou projeções para zonas de mato seco, criando novos focos de combustão em minutos. Durante a madrugada, equipas de intervenção rápida foram destacadas para evitar a progressão para áreas habitacionais, sobretudo nas aldeias de Alpedrinha, Castelo Novo e Vale de Prazeres. Apesar da prontidão das forças no terreno, a população foi instruída a manter-se vigilante e preparada para evacuação caso as condições se agravem.

A Proteção Civil regional admite que o incêndio do Fundão, embora considerado de menor dimensão em comparação com o de Piódão, exige enorme atenção por se localizar em território densamente povoado e atravessado por importantes corredores rodoviários. O comandante distrital sublinhou que a prioridade é proteger vidas humanas, garantir a segurança de infra-estruturas críticas e restaurar a circulação na A23 e na EN18 assim que as condições o permitam.

Também em Castelo Branco se registaram focos derivados do grande incêndio de Arganil, que, pela sua extensão, atingiu áreas limítrofes do concelho. Frentes avançaram em direcção às freguesias mais a norte, obrigando à mobilização de meios adicionais vindos de distritos vizinhos. A proximidade destas frentes a zonas agrícolas e industriais levantou receios de perdas económicas significativas. Agricultores locais relatam prejuízos em pomares de cereja e castanha, enquanto alguns armazéns foram evacuados preventivamente.

A situação no Fundão e em Castelo Branco demonstra a imprevisibilidade destes incêndios e reforça a percepção de fadiga das equipas de combate, que acumulam dias consecutivos de operação. Apesar da resiliência demonstrada, autarcas locais alertam para o risco de desgaste humano e material, defendendo que o reforço internacional, já activado, deve ser canalizado também para estas zonas e não apenas para o Piódão.

No concelho vizinho de Pedrógão Grande, a manhã trouxe sinais mistos. Embora a maior parte do incêndio esteja em fase de resolução, permanecem activos pontos quentes e reacendimentos ocasionais que levaram à evacuação preventiva de cinco aldeias durante a noite. Os moradores regressaram a suas casas ao amanhecer, mas vivem sob alerta permanente. A Proteção Civil confirma a presença de centenas de operacionais em Pedrógão, empenhados sobretudo na vigilância e consolidação de perímetros já dominados.

Mais a norte, em Arganil, o incêndio do Piódão continua a ser a maior preocupação nacional. Com mais de mil e trezentos bombeiros e quatrocentos veículos envolvidos, a frente principal permanece descontrolada. O fogo alastrou a concelhos vizinhos, incluindo Seia, Covilhã e Fundão, num raio alargado que tem exigido manobras complexas de contenção. Dez casas de primeira habitação foram já destruídas e diversas aldeias encontram-se confinadas. A autarquia de Seia confirmou que dez povoações continuam sob ordens de permanência em casa, dada a proximidade das chamas.

O reforço europeu, com meios aéreos Fire Boss, helicópteros Super Puma e Canadair, entrou em acção durante a madrugada. No entanto, o vento moderado e as temperaturas elevadas mantêm elevado o risco de reacendimentos. O Instituto Português do Mar e da Atmosfera prevê céu muito nublado e aguaceiros dispersos para este domingo, condições que poderão ajudar a enfraquecer as frentes mas também complicar as operações aéreas.

Às 08h30 de 24 de agosto de 2025, o retrato é de grande tensão: o incêndio em Piódão mantém-se como foco prioritário e nacional, Pedrógão Grande continua em fase de resolução mas sob estreita vigilância, e Castelo Branco, em especial o concelho do Fundão, vive horas de grande ansiedade, com reacendimentos capazes de pôr em risco comunidades inteiras. O domingo será decisivo para perceber se o dispositivo de combate consegue finalmente dominar a situação ou se o país terá de enfrentar mais um dia marcado por destruição e incerteza.

As reacções multiplicaram-se nas últimas horas. Autarcas da região alertaram para a necessidade de apoio acrescido, considerando a fadiga das equipas locais e a extensão das áreas ardidas. O presidente da Câmara de Seia confirmou que dez aldeias permanecem em situação de confinamento, sublinhando que a encosta esquerda do Vale Glaciário de Loriga e a Ribeira de Alvoco são pontos ainda críticos. No concelho da Covilhã, a frente de Alforfa continua activa, exigindo consolidação urgente.

As autoridades nacionais confirmaram a activação do Mecanismo Europeu de Proteção Civil, com a chegada de aviões Fire Boss, helicópteros Super Puma e reforço de Canadair. Em todo o país, encontram-se mobilizados mais de dois mil e setecentos operacionais, número que evidencia a dimensão do dispositivo e a gravidade da situação. A Proteção Civil sublinha, porém, que a concentração de meios no Piódão limita a capacidade de resposta rápida a reacendimentos em outros pontos.

Para este domingo, o Instituto Português do Mar e da Atmosfera prevê céu muito nublado, possibilidade de aguaceiros fracos e vento moderado. Estas condições poderão ajudar na extinção de focos secundários, mas também dificultar operações com meios aéreos e favorecer reacendimentos em áreas de rescaldo. As autoridades estimam que o incêndio de Piódão permanecerá activo durante várias horas e que os reacendimentos no Fundão e em Pedrógão Grande só serão estabilizados ao longo do dia, dependendo do comportamento do vento.

Às 08h30 de 24 de agosto de 2025, o retrato dos fogos no centro do país é, assim, de contenção em Pedrógão Grande, reacendimentos perigosos no Fundão e combate intenso em Piódão, cenário que continuará a marcar de forma decisiva o domingo nas Beiras e no Alto Alentejo.

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