O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Letónia expressou esta segunda-feira o seu «protesto categórico» ao encarregado de negócios da Embaixada da Rússia em Riga, após a violação do espaço aéreo da Estónia por três caças MiG-31 russos na passada sexta-feira.
O incidente ocorreu a 19 de Setembro de 2025, quando três aviões de combate MiG-31 da Força Aérea Russa entraram no espaço aéreo letão sem autorização, permanecendo na zona durante 12 minutos sem planos de voo nem comunicação com os controladores aéreos. O governo de Riga qualificou a ação como uma «provocação brutal» e uma violação grave do direito internacional.
Em resposta, a Letónia convocou o encarregado de negócios da Rússia em Riga, entregando-lhe uma nota de protesto formal. O Ministério dos Negócios Estrangeiros letão sublinhou que «o comportamento irresponsável da Rússia constitui uma grave violação do Convénio sobre a Aviação Civil Internacional de 1944», alertando para os riscos que este tipo de acções representa para a segurança da aviação civil e para a estabilidade da região.
Este episódio ocorre num contexto de crescente tensão na região do Báltico, após uma série de incidentes semelhantes envolvendo aeronaves russas. Na sequência da violação do espaço aéreo estónio, a NATO activou o Artigo 4 do Tratado do Atlântico Norte, convocando uma reunião de consulta entre os aliados para avaliar a situação e coordenar uma resposta adequada.
A União Europeia também condenou veementemente a acção russa, considerando-a uma ameaça à segurança regional e à ordem internacional baseada no direito. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, expressou solidariedade à Letónia e apelou a uma resposta firme da comunidade internacional.
A Rússia, por sua vez, negou qualquer violação do espaço aéreo, afirmando que os seus aviões estavam a realizar um «voo planificado» em conformidade com as normas internacionais. No entanto, as autoridades locais mantêm a sua versão dos acontecimentos e exigem explicações claras por parte de Moscovo.
Este incidente agrava ainda mais as tensões entre a Rússia e os países da NATO, especialmente na região do Báltico, onde a presença militar russa tem vindo a aumentar nos últimos anos. A comunidade internacional acompanha com preocupação os desenvolvimentos desta situação, que poderá ter implicações significativas para a segurança e estabilidade da Europa.