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Reino Unido e França avisam Israel para não retaliar

O Reino Unido e a França advertiram esta Segunda-feira Israel para não adoptar medidas de retaliação contra os países que reconheceram formalmente o Estado Palestino, incluindo Portugal. O aviso surge após declarações de ministros israelitas que defenderam represálias, entre as quais o encerramento de embaixadas e a anexação de território na Cisjordânia

O ministro francês dos Negócios Estrangeiros, Jean-Noël Barrot, afirmou à rádio TF1 que «se tais medidas forem tomadas, responderemos com extrema firmeza. Espero que não chegue a esse ponto (…). Não é de forma alguma do interesse deles». O chefe da diplomacia sublinhou que o reconhecimento do Estado Palestino «serve à segurança de Israel», acrescentando que a aplicação da medida será gradual e dependente dos acontecimentos no terreno, nomeadamente da libertação de reféns.

França: o anúncio oficial

O Presidente francês, Emmanuel Macron, confirmou em Nova Iorque, durante a abertura da Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), a decisão de Paris reconhecer o Estado da Palestina. De acordo com fontes diplomáticas francesas, a iniciativa pretende reforçar a procura de uma solução de dois Estados, ao mesmo tempo que envia um sinal claro a Telavive de que o prolongamento da ocupação não é compatível com a segurança regional.

O Governo israelita reagiu com firmeza às posições internacionais. O primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, declarou que o reconhecimento da Palestina «recompensa o terrorismo» e fragiliza a segurança do Estado hebreu. O executivo israelita tem vindo a endurecer o discurso contra países europeus, apelando à união interna para enfrentar o que considera ser «uma ofensiva diplomática injusta».

Londres acompanha Paris

Também o Reino Unido reiterou a preocupação com uma eventual escalada por parte de Israel. A ministra britânica dos Negócios Estrangeiros, Yvette Cooper, explicou à BBC que Londres transmitiu a Telavive a sua oposição a qualquer anexação da Cisjordânia. «Deixámos claro que esta decisão é a melhor forma de respeitar a segurança de Israel, bem como a dos palestinianos. Trata-se de proteger a paz, a justiça e, crucialmente, a estabilidade do Médio Oriente», afirmou.

No Domingo, o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, anunciou que o Reino Unido se juntava a Canadá, Austrália e Portugal no reconhecimento do Estado Palestiniano. «Pretendemos reavivar a esperança de paz e de uma solução de dois Estados», declarou. Reforçou que «tal como reconhecemos Israel, também devemos reconhecer o direito dos palestinos a um Estado próprio», defendendo um caminho de equilíbrio e negociação.

Papel de Portugal e conferência internacional

Portugal formalizou o reconhecimento no Domingo, por meio de declaração do ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros na Missão Permanente junto da ONU. O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, participa esta Segunda-feira em Nova Iorque numa Conferência Internacional de Alto Nível sobre a Solução Pacífica da Questão da Palestina, organizada pela ONU e copresidida pela França e pela Arábia Saudita.

A reunião procura delinear um roteiro para relançar o processo de paz no Médio Oriente, num momento em que cresce o consenso internacional em torno da necessidade de reconhecer o Estado Palestiniano como elemento central para a segurança regional.

Contexto recente

O debate ocorre uma semana após uma comissão de inquérito da ONU acusar Israel de cometer e continuar a cometer actos de genocídio em Gaza, acusações rejeitadas por Telavive. A denúncia reforçou a pressão internacional para avançar com soluções diplomáticas, levando vários países a oficializar posições em defesa de uma solução de dois Estados.

Especialistas em relações internacionais lembram que, sem garantias de segurança para ambos os povos, a escalada poderá prolongar um conflito com mais de sete décadas. França e Reino Unido defendem que o reconhecimento simultâneo de Israel e da Palestina constitui o único caminho para evitar um colapso irreversível das negociações de paz.

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