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Denúncia do Chega leva Armindo Jacinto a recuar em Idanha-a-Nova

A proposta do presidente da Câmara de Idanha-a-Nova, Armindo Jacinto (PS), para criar uma empresa municipal destinada a gerir o património do concelho, acabou retirada na noite de 25 de setembro, após forte contestação da candidatura Mudar Idanha, liderada pelo advogado Pedro Rego, apoiado pelo Chega.

Logo que tomou conhecimento da intenção do autarca, Pedro Rego denunciou publicamente a proposta através das redes sociais da sua candidatura. Classificou a ideia como “completamente inaceitável” e alertou que, a ser concretizada, se traduziria num “negócio ruinoso” para a Câmara Municipal.

No dia seguinte, antes mesmo da proposta ser formalmente apresentada, o candidato apelou à mobilização da população contra a medida, chegando a convocar uma manifestação pacífica caso o tema chegasse à Assembleia Municipal agendada para 29 de setembro.

Apesar de a proposta ter sido aprovada de manhã na reunião do executivo municipal — com os votos favoráveis dos socialistas e a oposição a votar contra —, a contestação ganhou força ao longo do dia. A candidatura Mudar Idanha divulgou junto da população a lista dos imóveis e equipamentos culturais que seriam transferidos para a nova empresa, incluindo o Centro Cultural Raiano, a Casa Marrocos, a Feira Raiana e a Herdade do Couto da Várzea.

Face à crescente pressão, já ao início da noite, Elza Gonçalves anunciou em comunicado que Armindo Jacinto recuava, retirando a proposta para evitar que esta fosse submetida à Assembleia Municipal.

Segundo informações recolhidas pelo ORegiões, o recuo terá resultado de divergências internas no PS local. Fontes socialistas admitem que Jacinto foi confrontado com a possibilidade de ver a sua proposta chumbada pelos próprios deputados municipais, após forte oposição da fação liderada por Elza Gonçalves.

Divisão interna no PS

A situação deixou o presidente em grande isolamento político. Inicialmente resistente, Armindo Jacinto acabou por ceder, mas terá ameaçado afastar-se da campanha eleitoral. A retirada expôs um PS dividido e fragilizado, em contraste com a candidatura apoiada pelo Chega, que surge cada vez mais bem posicionada na corrida autárquica.

Pedro Rego não poupou críticas à forma como o processo foi conduzido. “Os socialistas de Idanha meteram os pés pelas mãos, revelando promiscuidade, falta de transparência e desrespeito pela separação de poderes”, afirmou, considerando que a retirada deveria ter sido anunciada pelo próprio presidente da Câmara, e não por Elza Gonçalves.

Segundo Pedro Rego «a única coisa que Elza Gonçalves poderia ter feito, e não fez, seria tomar uma posição clara sobre a proposta, dizendo aos idanhenses se era a favor ou contra a criação da empresa. Mas isso ela não fez, deixando por clarificar a sua posição face à proposta de criação de uma empresa para gerir o património municipal.
“O que fica ainda por esclarecer”, acrescentou, “é se Elza Gonçalves atuou como candidata ou como adjunta do presidente. Essas duas posições não podem, nem devem, confundir-se. Tanto mais que o anúncio do recuo de Armindo foi feita sem que os deputados municipais disso tivessem tido conhecimento prévio. A nossa candidatura é clara: somos contra a criação de uma empresa municipal com estas características.”

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